Cúpula militar se articula para garantir impunidade a general golpista

O general Marco Antônio Freire Gomes, anteriormente no comando do Exército Brasileiro, está sendo investigado por militares próximos a Jair Bolsonaro (PL) por sua possível omissão ou prevaricação em relação a um alegado golpe de Estado planejado para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Conforme reportado por Bela Megale em O Globo, um grupo da alta cúpula militar têm defendido a tese de que Freire Gomes não tenha agido conforme sua “responsabilidade institucional” ao participar de reuniões com o ex-presidente, onde foram debatidos planos que contemplavam uma intervenção militar.

Detalhes da investigação revelam que, durante as reuniões mencionadas, foram discutidas estratégias que incluíam o general no contexto de um golpe, destacando a necessidade de esclarecer seu papel nas discussões.

Informações apontam que os militares investigados pretendem revelar, em depoimentos à Polícia Federal (PF), a participação de Freire Gomes nas atividades sob escrutínio.

Um dos pontos críticos envolve uma reunião com Bolsonaro e os comandantes das Forças Armadas, onde o almirante Almir Garnier Santos, então comandante da Marinha, teria expressado apoio ao plano golpista. Esta reunião foi citada em uma delação premiada à PF pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

Adicionalmente, a PF investiga o envolvimento de Freire Gomes nos ataques ao sistema eleitoral brasileiro e às urnas eletrônicas, especialmente por militares da Comissão de Transparência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Naquela época, o Ministério da Defesa era chefiado pelo general Paulo Sérgio Nogueira, também sob investigação. Outro aspecto da investigação diz respeito à inação de Freire Gomes diante do acampamento golpista montado em frente ao quartel-general do Exército em Brasília, após a derrota eleitoral de Bolsonaro.

Crédito/Foto: Evaristo Sá/AFP

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