Rogério Andrade balança carnaval e desafia milícia

O cenário do carnaval carioca está sendo agitado por Rogério de Andrade, sobrinho de Castor e patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel. Após um problema técnico com o carro de som durante um ensaio na Sapucaí, Andrade, que cumpre restrições judiciais e utiliza tornozeleira eletrônica, exigiu uma reunião com a direção da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) e os presidentes das demais escolas do Grupo Especial. Seu pedido foi atendido, e um segundo ensaio técnico foi marcado.

Este episódio ressalta a influência de Andrade no mundo do samba e do jogo ilegal. Ele é conhecido por controlar o jogo na Zona Oeste do Rio, área dominada por milícias, e por impedir a entrada de outros grupos criminosos na região. Andrade é visto como um aliado estratégico pela antiga cúpula de bicheiros e, segundo investigações, em algumas ocasiões, se aliou a milicianos que pagavam para explorar máquinas caça-níqueis.

A ascensão de Andrade no carnaval começou em 2014, quando ele assumiu o papel de patrono da Mocidade, trazendo mudanças e investimentos significativos. No entanto, enfrentou problemas legais entre 2018 e 2022, incluindo acusações de organização criminosa e lavagem de dinheiro, o que impactou seus investimentos na escola. Apesar disso, ele mantém sua influência e recentemente colocou sua esposa, Fabíola Andrade, como rainha de bateria da Mocidade.

O cenário político na Liesa e nas escolas de samba está em constante mudança, com novos personagens emergindo para disputar o poder. A velha cúpula formada por bicheiros como Capitão Guimarães e Anísio está dando lugar a uma nova geração, com figuras como Gabriel David e Luiz Guimarães ganhando proeminência.

O carnaval deste ano promete ser um campo de batalha não só para a Mocidade, mas também para as dinâmicas de poder e influência que regem o samba e o jogo ilegal no Rio de Janeiro.

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