Exposição no Museu da República, no Rio, relembra horrores da ditadura militar

A exposição “Rua da Relação, 40: Testemunho material da violência de Estado” foi organizada pelo Coletivo RJ Memória e conta com financiamento de emenda parlamentar da mandata da deputada estadual Dani Balbi (PCdoB). A exposição estará aberta de 26 de janeiro até 04 de fevereiro.
No dia 26 de janeiro de 2025, às 10h, será inaugurada, no Museu da República, a exposição Rua da Relação, 40: Testemunho material da violência de Estado. Promovida pelo Coletivo RJ Memória, Verdade, Justiça e Reparação e pela Campanha Ocupa DOPS, a mostra, que ficará no local até 04 de fevereiro, narra a história do Palácio da Polícia, prédio sediado no Centro da Cidade que foi a sede do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS) do estado da Guanabara.
Rubens Paiva, uma das figuras centrais retratadas recentemente no filme “Ainda estou aqui” é um nome que ganha destaque na exposição. A curadoria resgatou um relatório da antiga Secretaria de Segurança do Estado da Guanabara, datado de junho de 1964, que documenta a vigilância sobre a partida de Paiva, ex-deputado cassado, em um avião da Panair com destino ao exílio na Iugoslávia.
A exposição, que foi financiada por uma emenda parlamentar da deputada estadual Dani Balbi (PCdoB), ocorre no âmbito da campanha pela transformação do prédio em um Espaço de Memória dos Direitos Humanos, proposta que encontra resistência da polícia, que também quer fazer seu próprio museu no local. Essa disputa se arrasta há décadas, enquanto o local, hoje sob responsabilidade da Secretaria de Polícia Civil, se encontra abandonado e deteriorado.
“Um dos meus primeiros projetos de lei na Alerj foi pela transformação do antigo prédio do DOPS em um Museu da Memória e da Verdade. Espero que essa exposição contribua para o convencimento do governo do estado sobre a importância de criarmos esse Museu”, diz Dani Balbi.
“A exposição trata do prédio histórico situado na esquina da Rua da Relação com a Rua dos Inválidos, no Centro do Rio de Janeiro, um prédio que sediou todos os órgãos de política ao longo do século XX. Então, a ideia da exposição é exibir imagens, materiais diversos, muitos dos quais inéditos, documentos históricos, sobre a história do prédio, principalmente a história dessas instituições que o prédio sediou, que são organismos que, ao longo das décadas, promoveram diversos tipos de perseguição, violências, torturas, com viés racista, anticomunista e de defesa das ditaduras que o Brasil vivenciou. De exposição, é chamar a atenção para a necessidade de transformar aquele prédio num espaço de memória, num museu dedicado aos direitos humanos e à luta por liberdade, por democracia“, conclui Lucas Pedretti, historiador e curador da exposição.

Serviço:
Rua da Relação, 40: testemunho material da violência de Estado.
Museu da República – Pátio Interno
Abertura: 26 de janeiro de 2025
Encerramento: 4 de fevereiro de 2025
Cerimônia de Abertura: dia 26/01, às 10h.
Produção:
Ponte Associação de Cultura e Educação
Fulô Cultural
Realizado com emenda parlamentar da Mandata da Deputada Estadual Dani Balbi (PCdoB-RJ).
Apoios:
Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro / APERJ
Memórias Reveladas / Arquivo Nacional
Campanha Ocupa DOPS
Coalizão Brasil por Memória, Verdade, Justiça, Reparação e Democracia
Museu da República
Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa/RJ
Mandato da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB)
Com informações da CBN e da ABI.