Policiais vendem 29 fuzis para facção rival por vingança no Rio

Quatro policiais civis foram presos em uma operação da Polícia Federal (PF) denominada “Operação Drake” sob a suspeita de apreender 31 fuzis de uma facção criminosa, mas oficialmente registraram apenas a apreensão de duas armas. Os agentes eram lotados na Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) à época do incidente, e uma investigação apontou que os outros 29 fuzis teriam sido vendidos para um grupo criminoso rival à facção que sofreu a ação policial.

Segundo o relatório de inteligência da PF, a ação teve início quando um membro do grupo criminoso foi preso e levado à Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio, onde está localizada a sede da DRFC. Os policiais teriam exigido um pagamento de R$ 500 mil para a libertação do suspeito. Como o valor não foi pago integralmente, o quarteto teria adquirido os 31 fuzis em um momento subsequente, vendendo a maioria das armas a uma facção rival. Oficialmente, apenas dois fuzis e uma quantidade de drogas foram apreendidos pelos agentes.

Os policiais presos foram identificados como Juan Felipe Alves da Silva, ex-chefe do setor de investigações da DRFC, Renan Macedo Guimarães, Alexandre Barbosa Amazonas e Eduardo Macedo de Carvalho. Além dessa investigação, a PF está apurando suspeitas de envolvimento desses policiais no tráfico de 16 toneladas de maconha que estavam em um caminhão. Os agentes apreenderam o veículo e a carga, que foram posteriormente liberados, juntamente com o motorista, após pagamento de propina por meio de negociação com o advogado criminalista Leonardo Sylvestre da Cruz Galvão, também preso.

A investigação que levou à “Operação Drake” começou com a ação integrada do serviço de inteligência da Polícia Rodoviária Federal e da PF. Em agosto deste ano, duas viaturas ostensivas da DRFC abordaram um caminhão carregado com 16 toneladas de maconha na divisão entre São Paulo e Rio de Janeiro. Após escoltar o veículo até a Cidade da Polícia, os agentes negociaram a liberação da droga e a soltura do motorista por meio de pagamento de propina.

Os crimes envolvendo agentes públicos e advogados foram denunciados como “concretamente graves” pelo Ministério Público, que apontou suspeitas de tráfico de drogas interestadual, corrupção passiva e corrupção ativa. A investigação continua a desdobrar-se para apurar o envolvimento de outros agentes e pessoas na rede de corrupção e tráfico.

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