Milícia taxa construção e obras públicas no Rio

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) revelou que a milícia liderada por Luis Antonio da Silva Braga, conhecido como Zinho, intensificou sua influência no setor da construção civil. Segundo as investigações, a organização criminosa impunha taxas em diversos estágios de obras, abrangendo desde a topografia até serviços de pintura. Inclusive, construtoras envolvidas em projetos municipais eram forçadas a pagar uma ‘taxa de portaria’.

A ação faz parte da Operação Dinastia 2, que foi realizada em parceria com a Polícia Federal nesta terça-feira. Durante a operação, cinco pessoas foram detidas, embora o total de mandados de prisão emitidos fosse de doze, com Zinho entre os procurados.

Documentos apreendidos revelam detalhes alarmantes dessa prática, com planilhas indicando cobranças que alcançam valores significativos, como R$ 168 mil em um único mês. O MPRJ caracteriza a situação como uma clara manifestação de um “Estado Paralelo” impondo taxas até em obras públicas.

Além das prisões, a operação resultou na apreensão de armas, dinheiro em espécie, e diversos equipamentos eletrônicos. A Prefeitura do Rio, por sua vez, reconheceu as intimidações sofridas tanto por milícias quanto por traficantes, e enfatizou a importância das denúncias por parte das empresas afetadas.

O MPRJ, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), esclareceu que a milícia estabeleceu um esquema sofisticado, cobrando ‘taxas’ por diferentes serviços na construção civil e até mesmo estabelecendo embargos em obras por falta de pagamento.

O foco da operação foi desmantelar a estrutura financeira da milícia, revelando um sistema bem organizado de imposição de taxas ilegais, não só em grandes empresas, mas também em pequenos comerciantes locais. Zinho, que já era procurado desde a primeira fase da Operação Dinastia, continua foragido.

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