Lula pondera momento para indicar sucessor de Campos Neto no BC

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiu nesta terça-feira sobre o timing para a indicação do sucessor de Roberto Campos Neto na presidência do Banco Central, destacando a possibilidade de antecipação ou de decisão próxima ao término de seu mandato em 31 de dezembro.

“Eu tenho que indicar mais diretores e tenho que indicar o presidente do Banco Central até o final do ano. Só tenho que decidir se vou antecipar ou se deixo para indicar o mais próximo possível do vencimento do mandato”, declarou Lula em encontro com jornalistas, em Brasília.

O presidente assegurou que não terá problemas em “conviver” com Campos Neto pelo restante do mandato do chefe do BC, ressaltando sua convivência desde que reassumiu a Presidência.

A autonomia operacional do BC em 2021, estabelecendo um mandato fixo de quatro anos para o presidente da autarquia, criou um cenário inédito no terceiro mandato de Lula, restringindo sua capacidade de indicar imediatamente um nome de sua escolha para liderar a autoridade monetária.

Campos Neto foi indicado por Jair Bolsonaro, antecessor de Lula e seu adversário nas eleições de 2022. Desde o início de seu mandato, Lula tem manifestado divergências com Campos Neto, especialmente em relação à política monetária restritiva do BC.

Nesta segunda-feira, Lula reiterou suas críticas à atuação de Campos Neto e defendeu a redução dos juros, ressaltando a segurança econômica do Brasil em comparação com outros países e pedindo “responsabilidade” ao chefe do BC.

De acordo com Lula, os juros elevados beneficiam apenas o mercado financeiro, prejudicando o povo brasileiro. Ele enfatizou seu compromisso com os interesses da população em contraponto aos do mercado financeiro.

No primeiro ano do mandato de Lula, o BC manteve a taxa básica de juros inalterada em 13,75% até agosto, quando realizou um primeiro corte de 0,5 ponto percentual. Atualmente, a Selic está em 10,75%.

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária, é um dos nomes cotados para a sucessão na presidência do BC. Ele defendeu recentemente que os dirigentes da instituição não deveriam se envolver no processo de escolha, atribuição exclusiva do presidente da República.

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