Justiça determina soltura de PMs investigados por morte de adolescente no Rio

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro atendeu ao pedido do Ministério Público do estado e determinou a suspensão da prisão preventiva dos policiais militares suspeitos de envolvimento na morte de um adolescente na Cidade de Deus, Zona Oeste da capital fluminense.

A decisão foi proferida na última quinta-feira (28) pelo juiz Leonardo Rodrigues da Silva Picanço, da Auditoria Militar. Roni Cordeiro de Lima, Diego Pereira Leal, Aslan Wagner Ribeiro de Faria e Silvio Gomes dos Santos estavam presos desde o dia 6 de setembro.

O caso que resultou na prisão dos PMs ocorreu no início de agosto, quando Thiago Flausino, de apenas 13 anos, estava na garupa de uma moto na comunidade da Cidade de Deus. Durante uma operação policial na região, o adolescente foi atingido por três disparos de arma de fogo e não resistiu aos ferimentos. Desde o início das investigações, familiares da vítima afirmaram que Thiago havia sido alvo de uma execução.

Um relatório da Polícia Militar apontou que os agentes envolvidos na operação teriam tentado incluir uma arma de fogo no local da morte do menino, supostamente na tentativa de incriminar a vítima. Além disso, a investigação revelou que os policiais utilizaram carros particulares em vez de viaturas descaracterizadas durante a operação.

Com a decisão judicial, a prisão dos PMs foi convertida em medidas cautelares. Entre as restrições impostas aos investigados, eles estão proibidos de manter contato com familiares de Thiago e de realizar trabalhos externos.

A soltura dos policiais gerou reações divergentes na sociedade e provocou debates sobre o sistema de justiça criminal e o papel da polícia em comunidades vulneráveis no Rio de Janeiro. Enquanto alguns acreditam que a decisão representa um passo importante na garantia dos direitos dos acusados, outros argumentam que ela pode minar a confiança da comunidade nas instituições de segurança pública.

O Ministério Público e a defesa dos familiares de Thiago Flausino continuarão acompanhando o caso de perto, à medida que as investigações avançam e o processo judicial prossegue. A busca por respostas sobre as circunstâncias da morte do adolescente e a responsabilização dos envolvidos permanece uma prioridade para muitos no Rio de Janeiro.

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