Deputado bolsonarista propõe legalizar milícias de ‘justiceiros’ no Rio de Janeiro
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Na data de hoje, foi publicada uma proposta no Diário Oficial do Estado do Rio de Janeiro que tem gerado preocupações entre os observadores da política e da segurança pública. O projeto, de autoria do deputado bolsonarista Anderson Moraes, visa instituir o “Programa Guardião da Segurança Pública no Estado do Rio”, um programa que levanta sérias questões sobre a legalização de milícias formadas por “cidadãos praticantes de artes marciais ou ex-agentes de segurança pública ou privada”.
De acordo com o texto da proposta, o objetivo principal do programa seria apoiar o policiamento “em áreas com altos índices de roubos e furtos”. No entanto, um ponto de grande preocupação é que o projeto autoriza o pagamento aos chamados “guardiões” por cada prisão realizada. Isso levanta questões éticas e legais, uma vez que pode criar incentivos perversos para detenções arbitrárias e confrontos desnecessários.
A proposta surge em um momento sensível, logo após a notícia de grupos de “justiceiros” que tomaram as redes sociais, divulgando ações de repressão a pessoas “suspeitas” nas ruas da Zona Sul do Rio de Janeiro, com foco especial em Copacabana. Os incidentes ocorreram após uma série de roubos e furtos registrados no bairro durante o fim de semana. Esse tipo de abordagem amadora e sem supervisão oficial pode levar a situações de violência e falta de prestação de contas.
Além disso, o projeto prevê que os “guardiões” devem passar por capacitação pelos órgãos de segurança pública e possuir equipamentos necessários para a imobilização de criminosos e comunicação imediata às delegacias de polícia. No entanto, a capacitação e a regulamentação desses grupos ainda levantam dúvidas sobre a possibilidade de abusos e a falta de transparência.
Diante disso, a proposta do deputado bolsonarista Anderson Moraes tem sido amplamente discutida e problematizada por especialistas em segurança pública e membros da sociedade civil. Embora a intenção de combater a criminalidade seja louvável, a legalização de milícias de “guardiões” apresenta riscos significativos e levanta sérias preocupações sobre o estado de direito e a segurança da população. O debate em torno desse projeto continuará a ganhar destaque nos próximos dias, à medida que seus detalhes e implicações forem analisados com mais profundidade.