Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores diz que faltam cerca de 50 médicos em clínicas do Rio

Levantamento diz que problema afeta cerca de 150 mil pessoas.

Cinquenta unidades básicas de saúde do Rio estão com falta de médicos, afetando cerca de 150 mil pessoas, segundo um levantamento da Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores.

Pacientes de diversos bairros do Rio de Janeiro reclamam da falta de atendimento em decorrência do desfalque de médicos.

Lindemberg Selmo Batista, administrador de pessoal, conta que quase toda semana vai à Clínica da Família Bruno Schimidt, em Campo Grande, na Zona Oeste, e enfrenta problemas com a falta de profissionais.

A demora no atendimento também provoca dificuldades na paciente Sirleia de Almeida, auxiliar administrativa, que busca por consulta na Clínica da Família Lecy Ranquine, também em Campo Grande.

Sirleia diz que é comum chegar na unidade e não receber respostas da previsão de normalidade desse desfalque de profissionais.

Desde março deste ano, ela tenta atendimento para sua irmã, Raquel Oliveira, que é uma pessoa com deficiência auditiva, mas sem sucesso.

“Ela já tá com exame, com laudo, só para a médica ler e assinar. Só isso. Não tem o principal, que é o médico”, disse Sirleia.

A cidade do Rio contém 238 unidades e 1.289 equipes de saúde. Cada uma tem a capacidade de atender até 3 mil pacientes.

Levantamento da Comissão de Saúde

O levantamento constou ainda que os bairros de mais carência de médicos são: Bangu, Campo Grande, Jacarepaguá, Leopoldina e Santa Cruz.

Os médicos das Clínicas da Família são os responsáveis por realizar o atendimento inicial, encaminhar para um especialista e incluir o nome na lista do Sisreg. Sem o profissional, o paciente não consegue ser encaminhado e sequer atualizar a receita de um remédio controlado.

“Se ele [médico] chega à conclusão que você [paciente] precisa de um especialista, é exatamente a presença dele que permite a ida desse paciente para algum local. Precisa de um neurologista, precisa de cardiologista, pediatra, ginecologista… quem faz o encaminhamento é essa pessoa da clínica da família, por isso é importante não faltarem médicos nas clínicas e nas equipes”, afirma Paulo Pinheiro, da Comissão de Saúde.

O que diz a Secretaria de Saúde

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disse que nunca teve tantos médicos na atenção básica e que são, ao todo, 1.235 atuando na estratégia de saúde da família. Disse ainda que em janeiro de 2021, 158 equipes estavam sem médicos, e que hoje, 54 equipes estão sem médicos.

A secretaria afirmou ainda que há um processo seletivo aberto para a contratação desses profissionais com salários que chegam a R$ 30 mil, mas as que não há médicos interessados em trabalhar em algumas regiões da cidade.

Fonte: G1

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