Bope volta à Maré no 4º dia de operação; moradores relatam tiros

A Polícia Militar do Rio de Janeiro deu continuidade, nesta sexta-feira, à Operação Maré, que teve início na última segunda-feira em várias comunidades da cidade. No quarto dia de operação, agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais da PM (Bope) intensificaram suas ações nas áreas da Vila dos Pinheiros e na Salsa e Merengue, situadas na Maré, Zona Norte da cidade. Além disso, a operação se estendeu à comunidade da Chacrinha, localizada na Praça Seca, Zona Oeste do Rio. Até o momento, não há informações disponíveis sobre prisões, apreensões ou feridos. Nas redes sociais, moradores da região relatam tiroteios em suas proximidades.

De acordo com informações do Governo do Estado, as operações policiais também ocorrem nas comunidades de Covanca, Caixa D’água e Bateau Mouche. A página “Maré Vive” emitiu um alerta para os moradores, pedindo cautela ao sair e retornar para casa nesta manhã. Relatos nas redes sociais mencionaram tiros na Vila dos Pinheiros, bem como a presença de veículos blindados circulando na comunidade.

O clima de tensão e insegurança relatado por moradores é notável, especialmente para crianças e pais preocupados com a segurança de suas famílias. Um morador expressou suas preocupações, questionando quanto tempo as autoridades permitirão que essa situação de guerra urbana persista em território nacional.

A operação na Maré tem origem em uma investigação que durou dois anos e levou à descoberta de um centro de treinamento do tráfico na região. Imagens capturadas por drones revelaram atividades suspeitas em uma área que, em princípio, deveria servir para o lazer dos moradores da Maré.

Durante a investigação, instrutores foram flagrados ensinando homens armados a manusear fuzis. Algumas das práticas observadas se assemelhavam às usadas pelas forças de segurança. A área onde o treinamento ocorreu possui uma quadra esportiva e uma piscina, o que levantou preocupações sobre a sofisticação das operações do tráfico.

A descoberta do centro de treinamento do tráfico levou o governo federal a oferecer apoio da Força Nacional, que foi posicionada nos arredores do complexo controlado por três grupos criminosos.

De acordo com investigações em curso, a Maré tornou-se um refúgio para traficantes de outras favelas. Até chefes de quadrilhas de outros estados foram presos na região, que abriga um batalhão da Polícia Militar. Além do tráfico, a atividade criminosa abrange o roubo de veículos, como demonstrado por uma operação que resultou na apreensão de 25 carros roubados em julho, incluindo um Porsche avaliado em R$ 479 mil. Um dos veículos utilizava uma placa com o nome de uma facção criminosa.

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