Abin paralela de Bolsonaro também espionou autoridades estrangeiras

A quebra de sigilo das espionagens realizadas ilegalmente pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro, utilizando o software israelense FirstMile, tem gerado preocupações entre investigadores da Polícia Federal quanto a possíveis consequências diplomáticas para o Brasil, de acordo com informações de Rodrigo Rangel, do Metrópoles.

Os alvos dessa espionagem incluem não apenas políticos e jornalistas, mas também figuras importantes, o que poderia expor o país a constrangimentos políticos e embaraços com governos estrangeiros.

Diplomatas estrangeiros oficialmente credenciados para atuar no Brasil foram monitorados por diferentes razões, como suspeitas de envolvimento com espionagem ou terrorismo internacional.

Um exemplo citado é o monitoramento de funcionários da Embaixada da Rússia sob suspeita de oferecerem apoio a Sergey Cherkasov, um suposto espião a serviço do Kremlin que foi preso e condenado no Brasil por usar falsa identidade brasileira.

Agentes da Abin, cuja responsabilidade é monitorar ações de espionagem no território brasileiro, alertam para as implicações diplomáticas caso as identidades e atividades desses alvos sejam expostas publicamente.

Diplomatas de países com os quais o Brasil mantém boas relações também foram mencionados como alvos sensíveis, e existe o risco de turbulências diplomáticas caso os governos desses diplomatas descubram que foram alvo da inteligência brasileira.

Outra preocupação é o “risco de confiança” relacionado às informações compartilhadas por serviços secretos estrangeiros como parte de cooperações.

Caso essas informações não sejam devidamente protegidas, existe o risco de os serviços estrangeiros perderem a confiança na inteligência brasileira.

Diante desse cenário, a Abin expressou suas preocupações dentro do governo e considera buscar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes nas próximas semanas para solicitar medidas adicionais de segurança em relação aos dados obtidos pela Polícia Federal através da quebra de sigilo.

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