Abelha é destituido da presidência da cúpula do Comando Vermelho

Wilton Carlos Rabello Quintanilha, conhecido como Abelha, foi destituído da presidência da cúpula da maior facção criminosa do Rio após dois anos no cargo. A Polícia Civil investiga a decisão, alegando que Marcinho VP, apontado como chefe da facção, teria ordenado a destituição de Abelha, sendo substituído por Luciano Martiniano da Silva, o Pezão.

A investigação também apura a execução de Paulo Cesar Souza dos Santos, conhecido como Paulinho Muleta, suposto líder do tráfico em diversas comunidades. Há indícios de que Paulinho Muleta teria sido morto no último sábado na Rocinha, onde Abelha se esconde.

A destituição de Abelha, ocorrida no final de outubro, teria sido motivada por decisões da cúpula, influenciada por Abelha, que não foram aprovadas por Marcinho VP. Essas decisões incluíam a execução de dois traficantes e a expulsão de Alexander de Jesus Carlos, o Choque, da facção liderada por Marcinho.

A comunicação da troca na cúpula teria sido transmitida por Luiz Cláudio Machado, conhecido como Marreta, ao grupo criminoso. Marreta teria recebido a ordem após retornar da Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná, onde cumpria pena.

A mudança na liderança resultou na volta de Choque ao grupo criminoso, com a administração dos negócios do tráfico em Manguinhos. Abelha escolheu Willian Souza Guedes, o Corolla, para chefiar o comércio de drogas na Favela de Manguinhos após a expulsão de Choque. Com a destituição de Abelha, homens ligados a Choque retomaram ilegalidades na comunidade.

Luciano Martiniano, conhecido como Pezão, tornou-se o novo líder da facção. Anteriormente no Paraguai, Pezão atuava na compra de drogas e armas. Ele foi responsável pelo envio de toneladas de drogas e armas para comunidades controladas pela facção no Rio.

A destituição de Abelha reduziu significativamente seu poder, incluindo a administração da “caixinha” da facção, que movimenta aproximadamente R$ 3 milhões mensais. A quantia é destinada a atividades ilegais e pagamentos de resgates e propinas.

Cordão Do Traficante Abelha

Abelha, atualmente, parece deter apenas o tráfico do asfalto na Lapa, no Centro do Rio. A cúpula, ao realizar uma espécie de auditoria, não encontrou provas de desvio de dinheiro, evitando a execução de Abelha.

A defesa de Marcinho VP afirma que ele está incomunicável na penitenciária federal e que seria impossível dar qualquer ordem relativa à destituição de Abelha. A comunicação na penitenciária é controlada e gravada, e qualquer comunicação seria monitorada. A defesa destaca que Marcinho VP está preso há 27 anos e deveria ter sido libertado condicionalmente.

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