Os planos do tráfico para tomar todo o território da Zona Oeste do Rio

Uma violenta disputa pelo controle de territórios na Zona Oeste do Rio de Janeiro continua, com quatro criminosos mortos em um recente confronto entre milicianos e traficantes na Gardênia Azul, em Jacarepaguá, e em Rio das Pedras, no Itanhangá.

Desde o ano passado, o Comando Vermelho tem buscado tomar regiões há décadas controladas por grupos paramilitares, como a Gardênia Azul, que agora está sob domínio do tráfico de drogas.

O objetivo da facção criminosa é formar uma espécie de “cinturão” na cidade, expandindo seu território para áreas anteriormente nas mãos de rivais nas zonas Norte e Oeste.

Investigadores acreditam que a ocupação de Rio das Pedras permitiria ao Comando Vermelho alavancar o tráfico de drogas na região da Barra da Tijuca, conhecida por seu “potencial econômico”.

Há também relatos de que a facção busca tomar o Morro dos Macacos, em Vila Isabel, Zona Norte, o que possibilitaria a criação de um “cinturão do tráfico” na capital.

A milícia, por outro lado, enfrenta um enfraquecimento após a prisão de Luis Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho, chefe do maior grupo paramilitar do estado, em dezembro de 2023.

A saída de Zinho teria aberto espaço para maiores investidas do Comando Vermelho, levando à fragmentação interna da milícia em busca de um sucessor.

O recente confronto teve início com a formação de um “consórcio” entre milicianos de Jacarepaguá, liderado por criminosos de Curicica e com apoio de membros de Rio das Pedras. O objetivo era retomar áreas da Gardênia que haviam sido tomadas pelo tráfico no ano anterior.

O Comando Vermelho, que agora domina a região, reagiu deslocando-se para Rio das Pedras, onde ocorreram tiroteios e um incêndio em uma van. A polícia ainda não confirmou se a milícia conseguiu retomar parte do território perdido na Gardênia Azul.

A Gardênia Azul é estratégica economicamente para os grupos criminosos, e sua exploração fortalece as organizações. Além disso, a região serve como base de apoio para expandir o domínio em Jacarepaguá e para o tráfico de drogas na Barra da Tijuca.

A prisão de Zinho não está confirmada como o catalisador para as investidas do Comando Vermelho, e a polícia investiga se ele teria indicado um sucessor, possivelmente um membro da família Braga.

Em nota, a Polícia Civil afirmou que trabalha diariamente para enfraquecer os grupos criminosos e que atua em conjunto com a Polícia Militar e outras forças de segurança no combate à criminalidade.

Com informações do O Globo

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