A prática de extorsão tem se tornado cada vez mais comum no estado do Rio de Janeiro, particularmente na Zona Oeste da capital, onde houve um aumento significativo nos casos em 26 bairros.

De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP), em 2023, o crime alcançou o maior número absoluto de registros desde o início da série histórica há 20 anos, totalizando 3.264 notificações, um crescimento de 42% em relação ao ano anterior.

As extorsões na região são classificadas como extorsão de acordo com o Código Penal. Em um exemplo específico, um cabeleireiro fictício, chamado Carlos, relata que há 11 anos enfrenta a cobrança semanal de R$ 20 em seu pequeno estabelecimento em Campo Grande. Esta prática é comum em bairros conhecidos por serem redutos de milicianos.

Segundo a Polícia Civil, o aumento nos registros de extorsão se deve em parte à expansão das atividades de organizações criminosas, incluindo milícias e facções do tráfico de drogas, que exploram os territórios. Além disso, há casos em que indivíduos mal-intencionados se passam por membros dessas quadrilhas para obter lucro financeiro.

Carlos, por exemplo, conta que inicialmente não havia cobrança de taxa em seu salão, mas após um ano e meio, um homem começou a exigir R$ 10 semanalmente, alegando ser para a segurança do estabelecimento.

Com o tempo, o valor aumentou para R$ 15 e, atualmente, Carlos paga R$ 20, além de cobrar R$ 40 por um corte de cabelo.

A área de Campo Grande, juntamente com outros 25 bairros da Zona Oeste, registrou um aumento nas extorsões.

A 40ª Área Integrada de Segurança Pública (AISP), que engloba Campo Grande, Cosmos, Inhoaíba, Santíssimo e Senador Vasconcelos, apresentou um aumento de cerca de 25% nos casos em 2023, passando de 95 casos em 2022 para 119 no ano passado.

Empresas também são alvo frequente das extorsões.

Em um caso notório, o prefeito Eduardo Paes denunciou que uma empreiteira responsável pelas obras no futuro Parque Piedade, na Zona Norte do Rio, foi alvo de uma cobrança indevida de R$ 500 mil por traficantes de uma facção.

A construtora foi ameaçada com a paralisação das obras caso não efetuasse o pagamento.

A Polícia Civil informou que está investigando todos os casos de extorsão nas regiões afetadas, com delegacias distritais, a Draco e a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) trabalhando em conjunto para identificar e prender os envolvidos.

Com informações do GLOBO

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