Bomba! Mauro Cid tinha acesso a plano para beneficiar militares após o fracasso do golpe
Mensagens interceptadas pela Polícia Federal apontam uma tentativa de conspiração entre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, e Sérgio Cavaliere, ambos tenentes-coronéis, com o objetivo de interferir no resultado das eleições.
De acordo com documentos divulgados, as conversas sugerem não apenas a tentativa de alteração do pleito, mas também a negociação de benefícios em caso de fracasso da ação golpista.
Em novembro de 2022, Cavaliere propôs a Cid a ideia de garantir aposentadorias proporcionais para militares da ativa que desejassem deixar a carreira após uma possível intervenção malsucedida.
“Se tudo der errado, que seja concedido em caráter excepcional a saída compulsória (proporcional) àqueles que desejarem”, solicitou Cavaliere em uma das mensagens, mencionando também sua intenção de se mudar em razão dos desejos de sua esposa libanesa.
Cid, por sua vez, relatou ter discutido a questão com o vice-chefe de gabinete, cuja identidade não foi revelada, e afirmou que a intenção era “não conceder para ninguém” o benefício.
Cavaliere classificou a não concessão como injusta, destacando as potenciais consequências para as famílias envolvidas.
O diálogo entre os militares também revelou preocupações com a integridade das urnas eletrônicas e a possibilidade de confronto direto, caso outras estratégias falhassem.
“Se tudo descambar, nós e nossas famílias sofreremos”, alertou Cavaliere, indicando a preparação para um possível “racha interno” dentro do meio militar.
As conversas foram citadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, como evidência de uma estratégia para desestabilizar a ordem e incitar a dissidência dentro das forças armadas, visando apoiar os esforços golpistas.
“Irmao [sic], vou te pedir uma ultima [sic] parada, em meu nome e de outros amigos. Se tudo der errado, que seja concedido em caráter excepcional a saída compulsória (proporcional) àqueles que desejarem. Minha mulher é libanesa e quer que eu vá embora com ela”, escreveu Cavaliere a Mauro Cid. “Sei que é possível fazer isso antes do apagar das luzes”, emendou.
A tentativa de questionar a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro e as referências a pressões e chantagens foram destacadas nas mensagens, sugerindo uma profunda trama contra a democracia.
Com informações da Folha