Arma de miliciano Faustão registrada em nome de Policial; PM é preso
O miliciano Matheus da Silva Rezende, também conhecido como Faustão, foi morto na segunda-feira em uma incursão policial na comunidade Três Pontes, em Santa Cruz, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A surpresa veio após a revelação de que a arma utilizada por Faustão no confronto estava registrada no nome de um policial militar. O sargento Bruno Bento do Nascimento, responsável pelo registro da arma, foi preso administrativamente no Batalhão de Choque.
Horas após a operação policial que resultou na morte de Faustão, o sargento Bruno Bento do Nascimento compareceu à 110ª Delegacia de Polícia (Teresópolis) para relatar o extravio da pistola Glock e de dois carregadores contendo 28 munições. O PM alegou não ter conhecimento de como e quando ocorreu o extravio da arma, estimando que isso aconteceu nos últimos 15 dias. Ele afirmou estar de férias no mês de outubro.
A Polícia Militar anunciou que está investigando o caso por meio de sua Corregedoria e da 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar, com o objetivo de tomar as medidas apropriadas.
Faustão era membro da milícia liderada por Luis Antonio da Silva Braga, conhecido como Zinho, de quem também era sobrinho. Após a morte de Faustão, a cidade testemunhou uma onda de represálias, resultando no incêndio de 35 ônibus, caminhões e carros de passeio, causando caos em vários bairros da Zona Oeste do Rio. A cidade chegou a entrar em estágio de atenção devido à gravidade das ocorrências.
Além dos incêndios em veículos, a estação Santa Veridiana do BRT foi incendiada, e as paradas Vendas de Varanda, Cesarão e 31 de Outubro sofreram incêndios. Como resultado, a empresa municipal Mobi-Rio suspendeu a circulação no corredor Transoeste.
Os problemas também afetaram o sistema de trens, com a incineração de uma composição da SuperVia na estação Tancredo Neves, que interrompeu o serviço em seis paradas, limitando o trajeto dos trens entre a Central e Campo Grande.
Em setembro, o Ministério Público estadual do Rio denunciou seis pessoas pelo assassinato do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, também conhecido como Jerominho, e de seu amigo, Maurício Raul Atallah, em agosto de 2022. Entre os acusados está Zinho, o chefe da maior milícia do Rio, que justificou o assassinato de Jerominho como uma resposta a um suposto plano deste para reassumir o controle da milícia que ajudou a financiar. Além de Zinho, foram denunciados Rodrigo dos Santos, Matheus da Silva Rezende (Faustão), Alan Ribeiro Soares (Nanan ou Malvadão), Paulo Favid Guimarães Ferraz (Costelinha), e Yuren Cleiton Felix da Silva (Naval).