Glauber Braga denuncia perseguição política em processo de cassação

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) discutiu as circunstâncias em torno do processo de cassação que enfrenta, durante uma entrevista ao programa Bom Dia 247 da TV 247.

Braga alega que a ação é uma retaliação política por parte do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), devido às suas críticas e postura em defesa de pautas populares.

Braga expressou que o processo carece de fundamentação factual e está sendo conduzido como uma ferramenta de perseguição.

“Essa tentativa de cassação não se sustenta em fatos, mas em retaliação política. Arthur Lira está usando o Conselho de Ética como uma ferramenta de perseguição, e a única forma de resistir a isso tem sido com o apoio da militância e da mobilização popular”, declarou o deputado.

Ele também acusou Lira de adotar uma política de dois pesos e duas medidas, protegendo aliados enquanto acelera processos contra adversários sem bases sólidas.

“Enquanto ele protege figuras da extrema direita, como aqueles envolvidos no 8 de janeiro, tenta acelerar o meu processo com base em alegações abstratas, como a de que eu ‘tumultuo’ sessões. Isso não é defesa da ordem, é uma manobra para calar uma voz que denuncia o que realmente ocorre na Câmara”, enfatizou Braga.

O parlamentar revelou que tem convocado testemunhas para sua defesa, incluindo figuras notáveis como a ex-deputada Luiza Erundina e o ex-senador Milton Temer, que devem discutir a gravidade de silenciar um mandato parlamentar crítico.

Braga salientou que, independentemente da decisão do Conselho de Ética, prevista para ser tomada até dezembro, ele pretende continuar sua defesa até as últimas instâncias, incluindo a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e o plenário da Câmara.

“Caso o Conselho de Ética tome uma decisão contrária, iremos recorrer. Não há como deixar passar uma perseguição tão clara sem lutar até o fim”, afirmou.

Além da defesa de seu mandato, Braga criticou o que ele descreve como o autoritarismo de Lira, especialmente em relação à gestão do orçamento público.

“Não podemos naturalizar a figura de um presidente de Câmara que maneja bilhões de reais sem precedentes históricos.

A luta é contra esse sequestro bilionário e contra a tentativa de silenciamento de qualquer voz que se oponha a isso,” disse Braga.

Encerrando a entrevista, o deputado sublinhou a importância da mobilização popular, evidenciada pela campanha “Glauber fica, Fora Lira”.

“O apoio da base popular tem sido essencial. A militância entende o que está em jogo. Não é apenas o meu mandato, é o direito à voz de todos os parlamentares combativos e da sociedade”, concluiu.

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