Zona oeste tem 24 ônibus incendiados após morte de sobrinho de miliciano
Nesta segunda-feira (23), a Zona Oeste do Rio de Janeiro se viu mergulhada no caos após a morte de um chefe da milícia. Matheus Rezende, também conhecido como “Teteu” ou “Faustão,” foi baleado e morto na comunidade Três Pontes. Ele era apontado como o número 2 na hierarquia da milícia comandada por seu tio, marcando o terceiro membro da família a ser morto pela Polícia Civil.
A notícia da morte de Matheus Rezende desencadeou uma série de eventos caóticos na Zona Oeste, com pelo menos 24 ônibus sendo incendiados por ordem de criminosos na região. Além dos ônibus, outros veículos e pneus também foram alvo de incêndios, resultando no fechamento de várias vias.
Por volta das 16h50, o município do Rio de Janeiro entrou em estágio de mobilização, o segundo nível em uma escala de cinco, o que indica riscos de ocorrências de alto impacto na cidade.
Os ataques foram aparentemente em represália à morte do sobrinho do miliciano Zinho, ocorrida na comunidade Três Pontes. Matheus Rezende, conhecido como “Teteu” e “Faustão,” era considerado o segundo na hierarquia da milícia comandada por seu tio e foi morto durante um tiroteio com a Polícia Civil.
A empresa pública MobiRio, que opera o sistema BRT, informou que, por volta das 16h, apenas as linhas 13 (Alvorada x Mato Alto – Expresso), 25 (Alvorada x Mato Alto – Parador) e 22 (Jardim Oceânico x Alvorada – Parador) estavam operando no corredor Transoeste.
O Centro de Operações Rio (COR-Rio) relatou o primeiro incêndio de ônibus na Rua Felipe Cardoso, próximo ao BRT Cajueiros, em Santa Cruz.
Até o momento desta reportagem, o COR confirmou incêndios em vários locais, incluindo a Avenida Dom João VI, na altura do BRT Magarça, em Guaratiba (via interditada em ambos os sentidos); a Avenida Cesário de Melo, na altura do BRT Santa Eugênia, em Paciência (via interditada); Rua Guarujá, na altura do Viaduto de Cosmos; Rua Felipe Cardoso, na altura do BRT Cajueiros, em Santa Cruz; e Estrada do Campinho, na altura da Rua Perico, em Inhoaíba.
Segundo o órgão da Prefeitura do Rio, os impactos das ações criminosas se estendem aos bairros de Guaratiba, Inhoaíba, Paciência, Cosmos, Santa Cruz e Magarça.
A morte de Matheus Rezende, também conhecido como “Faustão,” ocorreu durante um confronto com agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE) e da Polinter.
Este incidente marca o terceiro membro da família a morrer em confrontos com a Polícia Civil do Rio de Janeiro. Em 2017, um tio de Matheus, Carlos Alexandre da Silva Braga, conhecido como “Carlinhos Três Pontes,” morreu em uma operação da Delegacia de Homicídios da Capital. Em 2021, outro tio, Wellington da Silva Braga, conhecido como “Ecko,” morreu após resistir à prisão em uma casa em Paciência, na Zona Oeste do Rio. Após a morte de Ecko, seu irmão, Luis Antônio da Silva Braga, conhecido como “Zinho,” assumiu o comando da maior milícia do Rio de Janeiro.