Violência Contra a Mulher no Rio de Janeiro: Dossiê Revela 14 Vítimas a Cada Hora
O Instituto de Segurança Pública (ISP) apresentou o chocante “Dossiê Mulher” ao jornal O GLOBO, expondo uma alarmante realidade no Estado do Rio de Janeiro. Os dados revelam que, ao longo de 2022, 125.704 mulheres foram vítimas de violência doméstica, o que equivale a uma média de 14 mulheres agredidas a cada hora. Além disso, o estudo destacou que cerca de 21 mil mulheres sofreram simultaneamente diferentes formas de violência, incluindo agressões físicas, psicológicas e morais.
Os agressores também foram alvo de investigação neste dossiê, com surpreendentes resultados. A faixa etária mais comum entre os agressores foi de 30 a 59 anos, representando 52,7% dos casos. A violência psicológica foi predominante entre esse grupo, com 36,1% dos agressores sendo responsáveis por essa forma de violência. Por outro lado, agressões físicas foram mais frequentes entre os agressores mais jovens, com idades entre 18 e 29 anos, representando 42,1% dos casos.
Quando questionados sobre suas motivações na delegacia, 75% dos agressores admitiram que seus atos estavam relacionados a ciúmes, sentimento de posse, brigas, términos de relacionamento e desconfiança de traição. Notavelmente, em 15,8% dos casos envolvendo mulheres com mais de 60 anos, as agressões partiram de seus próprios filhos.
Um exemplo da triste realidade exposta pelo dossiê é o caso de Claudia Regina Aguiar Bentes, uma professora aposentada de 49 anos, que suportou décadas de abuso e violência ao lado de seu parceiro. O que começou como um relacionamento baseado no amor se transformou em um ciclo de abuso psicológico.
Pâmella Rossy, uma psicóloga especializada no assunto, explica que a dinâmica das relações abusivas tende a evoluir com o tempo, aumentando o controle exercido pelo agressor sobre a vítima. À medida que o agressor envelhece e perde sua força física, ele pode mudar a forma de agressão para continuar o ciclo de violência.
Esses alarmantes resultados exigem uma ação urgente das autoridades e da sociedade para proteger as mulheres em situações de risco e combater a epidemia de violência de gênero no Estado do Rio de Janeiro.