Tiroteio e tensão tomam o Alemão em megaoperação; seis são presos

A megaoperação visa criminosos do Comando Vermelho com mandados de prisão sendo cumpridos em diversas regiões, estados e até dentro de presídios, com intensa resistência


A megaoperação visa criminosos do Comando Vermelho com mandados de prisão sendo cumpridos em diversas regiões, estados e até dentro de presídios, com intensa resistência.

Moradores do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio, enfrentam momentos de terror durante um confronto intenso entre criminosos e agentes das Forças de Segurança, que ocorre desde a madrugada desta quarta-feira (15). A operação, que reúne as polícias Militar, Civil e o Ministério Público, visa desarticular o núcleo financeiro do Comando Vermelho (CV), com foco em cumprimentos de 14 mandados de prisão, alguns em outras regiões e estados, além de dentro de presídios. Até o momento, seis pessoas foram presas, sendo a maioria mulheres.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram o tiroteio intenso e a movimentação policial, que contou com helicópteros sobrevoando a área. Durante os confrontos, criminosos incendiaram barricadas, atravessaram carros nas ruas, abriram bueiros e espalharam óleo nas vias.

Segundo o jornal O Dia, a Polícia Militar informou que a operação conta com uma aeronave, 10 blindados e 12 batalhões em ação. Agentes estão utilizando maçaricos, retroescavadeiras e até extintores para remover barricadas da área.

Os mandados estão sendo cumpridos em diversas regiões, como Bangu, Jacarepaguá, Engenho da Rainha, Nova Iguaçu, Ramos, Copacabana, Cordovil, Santo Cristo, além de no Instituto Penal Vicente Piragibe. Operações também estão sendo realizadas nos estados da Bahia e da Paraíba.

Os alvos da operação foram denunciados pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) por crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, com vínculos ao tráfico de drogas e à ocultação de valores ilícitos. Segundo a Polícia Civil, os suspeitos são familiares e operadores do fundo financeiro da facção, conhecido como “caixinha”, que é alimentado por diversos crimes como roubo de veículos, tráfico de drogas e extorsões, entre outros.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) revelou que o sistema financeiro da facção funciona cobrando taxas mensais de líderes de pontos de venda de drogas, que recebem apoio logístico, bélico e fornecimento de entorpecentes em troca da contribuição financeira.

Investigações feitas com tecnologia avançada pelo Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) apontaram um esquema de movimentação financeira que envolveu mais de R$ 21 milhões em cerca de 5 mil operações ilícitas.

Impactos da operação
A Secretaria Municipal de Saúde informou que, em razão dos confrontos, as clínicas da família Zilda Arns e Rodrigo Y Aguilar Roig suspenderam suas atividades nesta quarta-feira (15) por segurança dos profissionais e pacientes.

O Centro de Operações Rio também alertou sobre interdições nas vias locais, como a Estrada do Itararé e a Rua Paranhos. Motoristas podem optar por rotas alternativas, como Olaria e Inhaúma. Seis linhas de ônibus foram desviadas de seus itinerários devido à operação.

Suposto vazamento da operação
Ainda na madrugada de quarta-feira, criminosos montaram barricadas para dificultar a entrada da polícia no Complexo do Alemão. Informações sobre a operação, que teriam sido vazadas na noite de terça-feira (14), circularam entre os moradores através de mensagens em aplicativos, alertando sobre a ação policial.

Além disso, na tarde de terça-feira (14), relatos de tiroteio intenso também foram registrados nas comunidades do Ipase e Vila Kosmos, com a atuação de PMs do Batalhão de Choque (BPChq) e do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope). Os confrontos se estenderam a outras áreas próximas, como o Morro da Fé, na Penha, e o Juramento, em Vicente de Carvalho. A Avenida Vicente de Carvalho chegou a ser interditada durante o tiroteio.

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