Sistema Guandu para na terça e Rio deve poupar água

O abastecimento será retomado aos poucos, exigindo planejamento doméstico e atenção especial das áreas mais vulneráveis ao desabastecimento prolongado


A rotina de milhões de moradores da Região Metropolitana do Rio deve mudar na próxima terça-feira (25). A Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) realizará a manutenção anual do Sistema Guandu e, por isso, o fornecimento de água será temporariamente interrompido em oito municípios: Rio de Janeiro, Duque de Caxias, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Mesquita, Nilópolis, Belford Roxo e Queimados.

A intervenção é tratada como essencial pela companhia, mas acende um alerta sobre a necessidade de manejo cuidadoso dos recursos hídricos, especialmente em um estado que ainda enfrenta desigualdades profundas no acesso ao saneamento.


Manutenção ocorre entre madrugada e noite

O trabalho está previsto para acontecer das 2h às 20h, envolvendo tanto a Estação de Tratamento de Água (ETA) de Guandu quanto a Elevatória do Lameirão. Durante todo esse período, a produção de água será interrompida.

De acordo com a Cedae, a mobilização será extensa: mais de 500 profissionais participarão da operação, responsável por cerca de cem serviços diferentes. Serão instalados novos equipamentos, feitos ajustes eletromecânicos, inspeções de segurança, revisões e substituições de peças, além da limpeza de estruturas que normalmente não podem ser acessadas durante o funcionamento do sistema.


Abastecimento voltará gradualmente

Após o fim das atividades, a retomada do Sistema Guandu ocorrerá de forma progressiva. A previsão é que a produção volte à plena capacidade até as 2h de quarta-feira (26).

A Cedae orienta a população a se preparar com antecedência, armazenando água dentro de condições adequadas e adiando tarefas de grande consumo que não sejam urgentes. Já a distribuição às residências é responsabilidade das concessionárias Águas do Rio, Iguá e Rio+Saneamento, conforme as áreas atendidas por cada empresa.


Rio+Saneamento fará intervenções paralelas

A parada também será aproveitada pela Rio+Saneamento, que realizará 40 serviços próprios na região. A concessionária afirma que fará instalação e substituição de equipamentos, troca de registros e reparo de vazamentos, buscando oferecer um fornecimento mais regular no futuro.

Durante esse período, diversos bairros do Rio terão o abastecimento afetado: Bangu, Barra de Guaratiba, Campo dos Afonsos, Campo Grande, Cosmos, Guaratiba, Ilha de Guaratiba, Inhoaíba, Jabour, Jardim Sulacap, Magalhães Bastos, Paciência, Padre Miguel, Pedra de Guaratiba, Realengo, Santa Cruz, Santíssimo, Senador Camará, Senador Vasconcelos e Sepetiba. A normalização também será gradual, segundo a empresa.


População é chamada a colaborar

A orientação central é a mesma para todos os municípios atingidos: economizar. Moradores são aconselhados a evitar desperdícios, repensar hábitos e priorizar apenas o uso essencial até a estabilização do sistema.

Em um cenário em que comunidades periféricas já convivem com abastecimento irregular, a suspensão programada reforça a importância de políticas públicas e investimentos contínuos na estrutura hídrica do estado. Ainda assim, a Cedae argumenta que a manutenção preventiva é necessária para garantir segurança, qualidade e eficiência do serviço ao longo do ano.

Enquanto o trabalho não termina, a esperança é que a população não pague a conta sozinha — e que a água, direito básico, volte a circular com a dignidade que o Rio tanto merece.

Com informações de g1*

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