Rio pode ter Programa Estadual de Popularização Científica; Conferência Estadual de CT&I acontece em Niterói

Projeto de lei que cria o Programa Estadual de Popularização da Ciência é de autoria da deputada estadual Dani Balbi (PCdoB)

Durante dois dias, instituições de pesquisa, autoridades públicas, agências de fomento e membros da sociedade civil discutem, no Rio de Janeiro, a construção de um plano estratégico para o setor de ciência, tecnologia e inovação (C,T&I). A Conferência de Ciência, Tecnologia e Inovação começou nessa segunda-feira (26) na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, região metropolitana da capital. As pautas debatidas no encontro vão ser levadas para o 5º encontro nacional, que será realizada em junho em Brasília, com o tema “Ciência, Tecnologia e Inovação para um Brasil Justo, Sustentável e Desenvolvido”.

No Rio, os debates se concentram em oito eixos: complexo econômico e industrial da saúde; tecnologias de baixo carbono e transição energética; inovação pelo oceano; violência; cidade e metrópole; comunicação; divulgação científica; e ciência básica.

Uma das novidades anunciadas no encontro foi a possibilidade do Rio de Janeiro passar a ter um Programa Estadual de Popularização da Ciência. A iniciativa é da deputada estadual Dani Balbi (PCdoB) a partir do projeto de lei 3.036/2024. Além do Programa Estadual de Popularização da Ciência (Pop Ciência), o PL também propõe a criação de um Comitê Estadual de Popularização da Ciência (Comitê Pop) formado por representantes das principais entidades científicas do estado. “Precisamos ampliar a divulgação científica e tornar a produção científica em nosso estado mais popular”, argumenta a deputada. “Precisamos de uma ciência que resolva os problemas da população mais pobre do nosso estado”, explicou Dani Balbi.

A conferência é organizada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em parceria com a Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Federação das Indústrias do Estado (Firjan), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Institutos de Pesquisa MCTI, por meio do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Pelo evento passaram personalidades como a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB), a secretária municipal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Tatiana Roque, e o secretário-executivo do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luis Fernandes.

O reitor da UFF, Antônio Claudio Lucas da Nóbrega, disse que é preciso investir mais em debates sobre o setor e direcionar recursos para a produção de conhecimento e de novas tecnologias. Ele também destacou a importância dos encontros regionais para a construção de planos mais abrangentes e democráticos.

“Importante a construção de conferências feitas de baixo para cima, com participação do poder público, da iniciativa privada e da academia. Falar de ciência e tecnologia não é tratar apenas de uma opção de carreira. Também é um instrumento do processo civilizatório. Se vivemos mais e melhor é porque aprendemos a produzir e utilizar diferentes conhecimentos. Todo exemplo no mundo de inovação sempre ocorre a partir de uma base larga de ciência”, disse o reitor.

Para o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, o país precisa ter a ciência como elemento central, para guiar projetos que permitam avanços sociais e econômicos. Ele citou a área de saúde como exemplo da necessidade de mais investimentos.

“Hoje, o grau de dependência do país por conhecimento e tecnologias desenvolvidas no exterior é incompatível com o modelo de sistema de saúde que nós temos, que é universal e atende 213 milhões de pessoas. Temos que ter ciência e tecnologia fortes, que torne esse sistema sustentável”, disse Mario. “Existe esse desafio. Nós que somos agentes institucionais e formuladores de políticas públicas, precisamos pensar em maneiras de recuperar um projeto de país soberano, altivo, com a ciência e tecnologia como bases fundamentais”.

Com informações da Agência Brasil

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