Relações Brasil-China alcançam melhor momento com novos acordos, afirma executivo da Vale

O vice-presidente de Assuntos Institucionais da Vale, Alexandre D’Ambrosio, destacou em entrevista ao Brasil 247 que as relações entre Brasil e China estão vivendo seu melhor momento histórico, impulsionadas pela recente visita de Estado do presidente chinês, Xi Jinping, ao Brasil.

Durante o encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada em novembro, foram firmados 37 acordos de cooperação abrangendo setores como energia, agronegócio, tecnologia, saúde e infraestrutura.

Esses acordos destacam a China como o principal parceiro comercial do Brasil, com o intercâmbio comercial superando os US$ 136 bilhões em 2024.

D’Ambrosio expressou otimismo quanto ao futuro da parceria. “Essa nova fase é marcada por um compromisso de construir uma parceria forte e benéfica, com impactos positivos para o desenvolvimento regional e global”, afirmou.

Um dos acordos mais notáveis envolve um memorando de entendimento sobre mineração sustentável, que inclui a produção do chamado “ferro verde” pela Vale.

D’Ambrosio explicou que os produtos de ferro de alto teor são cruciais para a descarbonização da siderurgia, uma indústria que responde por 8% das emissões globais de gases de efeito estufa.

A Vale já contribui para a redução dessas emissões fornecendo briquetes de minério de ferro que podem diminuir em até 10% as emissões de carbono na produção de aço.

Além disso, a parceria com empresas chinesas tem expandido para incluir projetos inovadores como uma usina de concentração de minério de ferro em Omã e a produção de aço utilizando hidrogênio verde.

“Hoje, Brasil e China são os maiores protagonistas da pauta ambiental e, juntos, poderão se destacar no cenário global”, acrescentou D’Ambrosio.

O executivo também vê grande potencial nas sinergias entre a Iniciativa Cinturão e Rota (BRI) da China e os projetos estratégicos brasileiros, como o Nova Indústria Brasil (NIB) e o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).

Essa conexão é vista como um impulsionador para a neo-industrialização do Brasil, atraindo investimentos estrangeiros diretos para setores-chave.

D’Ambrosio concluiu destacando o compromisso de longo prazo entre Vale e China, que começou em 1973. Com a China representando mais de 50% das exportações da Vale, a parceria é considerada estratégica para ambos.

Iniciativas como o parque solar Sol do Cerrado, que contribui para que a Vale alcance o uso de 100% de energia renovável no Brasil antes do previsto, são exemplos do compromisso da empresa com a sustentabilidade e o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono.

Essa colaboração entre Brasil e China demonstra não apenas a expansão econômica, mas também um forte alinhamento com as metas ambientais e de desenvolvimento sustentável.

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