Real Time Big Data aponta liderança entre Castro e Flávio Bolsonaro no Senado

A presença de nomes progressistas como Benedita da Silva e Molon demonstra que, mesmo sob forte polarização, ainda há espaço para narrativas mais inclusivas em 2026


A corrida pelo Senado no Rio de Janeiro em 2026 já começa a ganhar forma, e os primeiros números revelam um cenário competitivo marcado pela força de nomes ligados à direita fluminense — ainda que a presença de figuras tradicionais do campo progressista mantenha viva a esperança de um debate mais plural. Segundo levantamento do instituto Real Time Big Data, divulgado nesta quarta-feira (3), o governador Cláudio Castro (PL) e o senador Flávio Bolsonaro (PL) aparecem nas primeiras posições em todos os cenários testados.

A pesquisa ouviu 1.500 pessoas entre os dias 1º e 2 de dezembro, com margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos. Em 2026, dois terços das cadeiras do Senado serão renovados, o que significa que dois parlamentares serão escolhidos pelo eleitorado do Rio.


Primeiro cenário: empate entre aliados do bolsonarismo

No quadro inicial, Castro e Flávio Bolsonaro surgem com 27% cada, num empate que reafirma o peso do bolsonarismo no estado. Mais atrás, mas ainda com números expressivos, aparece o deputado Pedro Paulo (PSD), com 12%, seguido de perto por Marcelo Crivella (Republicanos) e Benedita da Silva (PT), ambos com 11%. O deputado Otoni de Paula (sem partido) registra 2%.


Segundo cenário: governador abre pequena vantagem

Quando o instituto retira alguns nomes e reorganiza a lista, Cláudio Castro assume a liderança com 30%, enquanto Flávio Bolsonaro aparece logo atrás, somando 29%. Nesse desenho, Pedro Paulo cresce para 14%, e Benedita da Silva também avança, chegando a 13%, mostrando que ainda há espaço para discursos mais comprometidos com políticas sociais no debate público fluminense.


Terceiro cenário: vantagem consolidada de Castro

No terceiro panorama testado, o governador amplia a dianteira e marca 31%. Pedro Paulo aparece com 17%, seguido pelo senador Carlos Portinho (PL), que registra 14%. A deputada Benedita da Silva mantém estabilidade, permanecendo com 13%, número que indica fidelidade de seu eleitorado histórico.


Último cenário: novo empate na ponta

No cenário final, a disputa entre os dois nomes do PL volta a se equilibrar: Castro e Flávio Bolsonaro surgem empatados com 28% cada. Já Marcelo Crivella e o ex-deputado Alessandro Molon (PSB) dividem a terceira posição, ambos com 15%, o que sugere que, apesar da polarização, ainda há espaço para alternativas mais progressistas se consolidarem até 2026.


O que os números revelam

Os resultados mostram um Rio de Janeiro ainda fortemente influenciado pelos grupos políticos que dominaram os últimos anos, mas ao mesmo tempo revelam sinais de resistência e reorganização de setores mais comprometidos com agendas sociais e democráticas. A presença competitiva de nomes como Benedita da Silva e Alessandro Molon indica que, mesmo em um ambiente duro, marcado pelo desgaste institucional e pela força da máquina estadual, existe margem para narrativas mais inclusivas disputarem o debate público.

Com dois assentos em jogo e um eleitorado historicamente volátil, o Rio deve protagonizar uma das disputas mais acirradas do Senado em 2026. A pesquisa, embora inicial, já desenha um retrato de um estado dividido entre continuidade e renovação — e com muito espaço para mudanças conforme a eleição se aproxima.

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