Quatro dias após intensa chuva, áreas de Duque de Caxias ainda enfrentam alagamento
Quatro dias após uma forte chuva que afetou a Região Metropolitana do Rio de Janeiro no final de semana, os moradores de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, ainda estão lidando com as consequências da inundação em suas ruas e casas. A prefeitura informou em comunicado que trechos de algumas ruas nos bairros Pilar, Amapá e Vila Urussaí ainda permaneciam alagados na tarde de quarta-feira. Paralelamente, continuam as buscas pela cabeleireira Elaine Cristina Souza Gomes, de 46 anos, que desapareceu durante a tempestade quando o carro em que ela estava com o marido, Anderson Genovez, ficou submerso no Rio Botas.
Na manhã de quarta-feira, os bombeiros realizaram buscas na Baía de Guanabara, próxima ao bairro Campos Elíseos em Caxias, onde o rio Iguaçu deságua no mar, recebendo o fluxo de água do rio Botas. As buscas incluíram uma varredura visual na área e o uso de um scanner para rastrear o fundo do mar.
O governo estadual anunciou a intenção de emitir entre 25 mil e 30 mil cartões do programa Recomeçar, no valor de R$ 3 mil cada, totalizando um investimento estimado entre R$ 75 milhões e R$ 90 milhões. Esses cartões permitirão que as famílias comprem materiais de construção, móveis e eletrodomésticos para reconstruir suas casas.
Estima-se que mais de 15 mil pessoas tenham sido diretamente afetadas pelas chuvas no estado, com 9 mil desalojadas e 300 desabrigadas. As cidades mais impactadas incluem a capital, especialmente na Zona Norte, Duque de Caxias, Belford Roxo, Japeri, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados, São Gonçalo e São João De Meriti.
O prefeito Glauco Kaizer, de Queimados, enfatizou a necessidade de obras de macrodrenagem na Baixada e destacou a importância da prevenção para minimizar os impactos das chuvas.
O programa de investimentos do PactoRJ, com cerca de 850 ações e um orçamento de aproximadamente R$ 15 bilhões, inclui projetos de drenagem em Duque de Caxias, mas alguns deles foram suspensos e estão em processo de readequação para retomada até março.
Uma onda de solidariedade também surgiu para ajudar as famílias afetadas. A ONG Gastromotiva está produzindo 2 mil refeições para pessoas que têm dificuldades de acesso à alimentação, enquanto uma vaquinha foi criada para ajudar a aposentada Norma de Morais, de 70 anos, cuja imagem passando café em um fogão quase submerso pela água da chuva ganhou destaque. Até o momento, a vaquinha já arrecadou mais de R$ 90 mil.