Quanto menos pacífico for o mundo, mais os EUA lucram
Um relatório recentemente divulgado pelo Departamento de Estado dos EUA chamou a atenção global pelo fato de que as vendas militares externas do país em 2023 aumentaram em 16%, atingindo um recorde de US$ 238 bilhões.
Entre elas, as transações negociadas diretamente pelo governo dos EUA totalizaram US$ 80,9 bilhões, um aumento de 56% em relação a 2022; as vendas comerciais por empresas estadunidenses totalizaram US$ 157,5 bilhões, um crescimento de 2,5% face o ano anterior.
O ano de 2023 foi mais um em que os Estados Unidos fizeram fortuna pelas guerras. O país tem um longo histórico de adquirir experiência e informações sobre armamentos no campo de batalha por meio da mercantilização de armas, e continuam a melhorar e a conquistar uma fatia maior desse mercado.
Então, para onde estão indo as armas dos EUA?
O conflito russo-ucraniano levou a uma série de grandes encomendas de armas aos EUA, e os países europeus tiveram que comprar armamentos estadunidenses para preencher a lacuna criada pela assistência à Ucrânia.
Na região Ásia-Pacífico, a Coreia do Sul comprou caças americanos F-35 por 5 bilhões de dólares, a Austrália gastou 6,3 bilhões de dólares em aeronave de transporte C130J-30, e o Japão assinou um acordo de aquisição de aeronaves de alerta antecipado E-2D no valor total de um bilhão de dólares.
Após a eclosão de uma nova rodada do conflito israelense-palestino em outubro passado, os Estados Unidos fizeram vendas emergenciais de armas a Israel. Os números mostram que, até o final de 2023, os EUA forneceram pelo menos dezenas de milhares de toneladas de equipamentos militares a Israel.
Conflitos e guerras, que trouxeram profunda devastação para as pessoas comuns, fizeram com que o complexo militar-industrial dos Estados Unidos ganhasse uma grande fortuna.
Está claro no relatório do Departamento de Estado dos EUA que o fluxo de vendas de armas em 2023 é consistente com suas orientações estratégicas globais. Como o próprio órgão dos EUA formalizou em sua declaração, “as vendas e transferências de armas são vistas como uma importante ferramenta de política externa dos EUA”.
O governo dos EUA promove a venda de armas como uma forma de aumentar continuamente sua influência na Europa, na Ásia-Pacífico, no Oriente Médio e em outras regiões, a fim de obter benefícios geopolíticos.
As vendas recordes de armas deixam claro que, quanto menos pacífico for o mundo, mais os EUA lucram.
Fonte: Rádio Internacional da China