PT nega articulação com Oruam para 2026
Executivas do PT no Rio afirmam que nunca houve reunião, convite ou diálogo institucional envolvendo Oruam para uma eventual candidatura em 2026
O Partido dos Trabalhadores (PT) saiu a público nesta quarta-feira (26) para rechaçar os rumores que tomaram conta das redes sociais nos últimos dias envolvendo o nome de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, o rapper Oruam, de 25 anos. As especulações davam conta de que o artista poderia disputar um cargo eletivo em 2026, hipótese que, segundo a sigla, jamais esteve em discussão.
Em comunicado assinado pelas executivas estadual e municipal do partido no Rio de Janeiro, a legenda foi categórica ao afirmar que não houve “qualquer contato institucional” com o cantor. A nota ressalta que a informação divulgada nas redes não tem lastro na realidade e que o PT sequer foi procurado para tratar do assunto.
“O Partido dos Trabalhadores do Rio de Janeiro informa que desconhece totalmente a informação veiculada sobre visita ou qualquer tratativa envolvendo o artista Oruam para eventual candidatura em 2026. Não houve reunião, diálogo formal ou qualquer contato institucional sobre esse tema”, diz o texto divulgado pela sigla.
O partido também reforçou que seu processo de definição de candidaturas segue um rito democrático e coletivo, em linha com a tradição petista de debate interno e construção plural. Segundo a legenda, todas as etapas são conduzidas de acordo com as normas internas, e qualquer anúncio oficial será feito exclusivamente pelos canais institucionais do PT.
Polêmicas do rapper
A repercussão sobre uma eventual candidatura também reacendeu discussões sobre a trajetória recente de Oruam, marcada por episódios que chamaram atenção da polícia e da imprensa. Em julho deste ano, o rapper foi encontrado por agentes dentro de sua casa na companhia de um adolescente conhecido como “Menor Piu”, apontado como braço direito do traficante Doca, um dos nomes mais influentes do Comando Vermelho. Durante a abordagem, Oruam e outras oito pessoas teriam hostilizado os policiais e arremessado pedras contra a equipe.
O artista se apresentou às autoridades no dia seguinte, em 22 de julho, mas permaneceu pouco mais de dois meses na cadeia. Foi liberado em 29 de setembro após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). O ministro Joel Ilan Paciornik entendeu que a prisão preventiva havia sido fundamentada de forma insuficiente, o que, a princípio, não justificava a medida extrema.
Antes disso, em fevereiro, o rapper já havia sido detido quando policiais encontraram em sua mansão no Joá, na Zona Oeste do Rio, o foragido Yuri Pereira Gonçalves, investigado por participação em organização criminosa. Na ocasião, Oruam acabou liberado após assinar um termo circunstanciado e assumir o compromisso de comparecer ao Juizado Especial Criminal (Jecrim).
A onda de boatos sobre uma possível candidatura acabou colocando ainda mais holofotes sobre os feitos do jovem artista, mas o PT fez questão de encerrar o assunto: não houve conversa, tratativa ou convite. Para a legenda, qualquer debate sobre as eleições de 2026 deve seguir responsabilidade institucional e respeito aos processos democráticos — algo distante do ruído característico do ambiente digital.
