Privatização da Sabesp é concluída com prejuízo bilionário ao estado de SP

A privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) foi finalizada nesta segunda-feira, 22, registrando uma perda estimada de pelo menos R$ 4,5 bilhões para os cofres públicos do estado.

O processo de venda das ações rendeu R$ 14,8 bilhões, valor que representa quase um terço a menos do que poderia ter sido arrecadado, considerando a atual cotação das ações no mercado.

Durante a privatização, as ações foram negociadas a R$ 67 cada, enquanto a cotação atual na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) é de R$ 87.

Amauri Pollachi, especialista em saneamento e conselheiro do Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (Ondas), destacou a diferença significativa nos preços, que poderia permitir um lucro imediato de 30% aos compradores se vendidas pela cotação atual.

Um estudo do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo (Sintaema) apresentado ao Tribunal de Contas do Estado sugere que cada ação da Sabesp poderia valer até R$ 103,90, aumentando a perda potencial para aproximadamente R$ 8 bilhões.

O estudo também aponta que, sob administração privada, a Sabesp poderá investir menos do que o previsto pelo governo estadual, resultando em maiores lucros e recompensas antecipadas para os acionistas.

Com a privatização, a participação do governo de São Paulo na Sabesp reduziu de 50,5% para 18%. A empresa Equatorial adquiriu 15% das ações, tornando-se o acionista de referência, enquanto os restantes 17% foram vendidos de forma pulverizada a diversos investidores.

A nova gestão privada da Sabesp assume o compromisso de atingir metas ambiciosas, incluindo o fornecimento de água potável para 99% da população e serviços de coleta e tratamento de esgoto para pelo menos 90% até 2029, abrangendo também áreas rurais e núcleos urbanos informais.

Além disso, está prevista uma redução nas tarifas sociais e vulneráveis em 10%, enquanto a tarifa residencial padrão terá uma diminuição de 1%.

Com informações do Brasil de Fato