PF questiona versão de Rivaldo Barbosa sobre assassinato de Marielle
Policiais federais expressaram dúvidas em relação à versão apresentada pela defesa de Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que alegou ter conduzido uma “investigação detalhada” sobre os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, enquanto alegam que tais informações foram negligenciadas.
O delegado negou as acusações de que teria ajudado os irmãos na ocultação de informações relacionadas ao assassinato da ex-vereadora do Rio, Marielle Franco, do PSOL.
Investigadores estão analisando se as denúncias feitas por Marielle contra a exploração imobiliária ilegal da família Brazão na periferia do Rio podem ter sido a motivação por trás do homicídio.
De acordo com relatos publicados nesta segunda-feira, 10, pela coluna de Raquel Landim, no UOL, advogados de Rivaldo alegaram que a Polícia Federal ignorou “interceptações telefônicas, quebra de sigilo de dados telemáticos, intercepção ambiental e busca e apreensão”.
Fontes dentro da corporação informaram a colunista que o delegado Geniton Lages solicitou a quebra do sigilo telemático de Chiquinho Brazão, na época vereador da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, em conjunto com outros vereadores da chamada “bancada da bala” na Câmara.
O pedido também visava o celular oficial de Chiquinho, excluindo outros dispositivos eletrônicos. Delegados explicaram que criminosos frequentemente utilizam múltiplos aparelhos, optando por aqueles menos conhecidos.
Marielle Franco foi assassinada por membros do crime organizado em março de 2018, em uma área desprovida de câmeras na região central do Rio.
O miliciano Ronnie Lessa confessou ter disparado contra a parlamentar, enquanto outro membro da milícia, Élcio Queiroz, admitiu ter conduzido o veículo de onde os tiros partiram. Tanto Barbosa quanto os irmãos Brazão foram presos, juntamente com os dois milicianos envolvidos diretamente no assassinato.