Pesquisa da Firjan revela disparidade tarifária de Gás Natural no Brasil; Rio tem a tarifa mais cara do país
A jornalista Míriam Leitão, em sua coluna no jornal O GLOBO, revelou que os moradores da Região Metropolitana do Rio pagam quase três vezes mais pelo metro cúbico do gás em suas casas do que os consumidores do Rio Grande do Norte.
Segundo a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o Ceará possui a tarifa mais elevada para a produção industrial de empresas de médio e grande porte, além do Gás Natural Veicular (GNV).
Para as pequenas indústrias, São Paulo apresenta o metro cúbico mais caro. Por outro lado, o Amazonas oferece a tarifa mais baixa para os estabelecimentos comerciais.
O estudo comparativo envolveu 19 distribuidores de gás em todo o Brasil, conduzido pela Firjan, que recentemente lançou uma calculadora capaz de simular o valor total da fatura por segmento (residencial, comercial, industrial e GNV) de acordo com a faixa de consumo.
O vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano, ressaltou a importância da calculadora como uma ferramenta de transparência e comparação para auxiliar na calibração de políticas públicas e na melhoria da competitividade do gás natural no Rio de Janeiro e no país.
A Firjan destaca que os estados próximos aos principais polos de produção nacional de gás natural tendem a apresentar tarifas mais altas, como é o caso do Rio de Janeiro e São Paulo. Por outro lado, os estados do Nordeste estão entre os que possuem as tarifas mais baixas, o que a federação atribui à abertura do mercado em meados de 2021.
A “Calculadora da Tarifa de Distribuição de Gás Natural da Firjan” pode ser baixada através do link fornecido pela entidade para realizar comparações.
Segue o Comparativo da Tarifa de Gás Natural por Distribuidora (R$/m3) para os diferentes segmentos de consumidores:
Segmento Residencial (consumo de 10 m³ mensal)
Mais altas:
- CEG (Região Metropolitana do Rio) – R$ 15,14
- PARAIBA (PBGas) – R$ 12,69
- COMGÁS (SP) – R$ 11,75
- CEG Rio (interior fluminense) – R$ 11,55
- Gás Brasiliano (SP) – R$ 9,04
Mais baixas:
- Potigas (RN) – R$ 5,76
- ESGas (ES) – R$ 6,15
- Sergas (SE) – R$ 6,15
- Bahiagas (BA) – R$ 6,44
- Copergas (PE) – R$ 6,49
Segmento Industrial – Consumidor Pequeno (1.000 m³/dia)
Mais altas:
- Naturgy SPS (SP) – R$ 5,55
- CEG (Região Metropolitana do Rio) – R$ 4,97
- NECTA (SP) – R$ 4,96
- MSGas (MS) – R$ 4,84
- Comgas (SP) – R$ 4,74
Mais baixas:
- Bahiagas (BA) – R$ 3,21
- Cigas (AM) – R$ 3,29
- Algas (AL) – R$ 3,47
- Copergas (PE) – R$ 3,59
- SCGas (SC) – R$ 4,08
Segmento Industrial – Consumidor Médio (10.000 m³/dia)
Mais altas:
- CEGÁS (CE) – R$ 4,44
- Naturgy SPS (SP) – R$ 4,42
- CEG (Região Metropolitana do Rio) – R$ 4,36
- Gás Brasiliano (SP) – R$ 4,24
- Compagas (PR) – R$ 4,15
Mais baixas:
- CIGÁS (AM) – R$ 2,97
- BahiaGás (BA) – R$ 3,07
- ALGÁS (AL) – R$ 3,23
- GASMIG (MG) – R$ 3,53
- COPERGAS (PE) – R$ 3,55
Segmento Industrial – Consumidor Grande (30.000 m³/dia)
Mais altas:
- CEGAS (CE) – R$ 4,23
- Compagas (PR) – R$ 4,10
- MSGas (MS) – R$ 4,00
- CEG (Região Metropolitana do Rio) – R$ 3,99
- NECTA (SP) – R$ 3,94
Mais baixas:
- Cigas (AM) – R$ 2,80
- Bahiagas (BA) – R$ 3,01
- Algas (AL) – R$ 3,13
- Comgas (SP) – R$ 3,47
- GASMIG (MG) – R$ 3,48
Segmento Comercial (consumo 10m³/mês)
Mais altas:
- Compagas (PR) – R$ 13,16
- CEG (Região Metropolitana do Rio) – R$ 9,23
- COMGÁS (SP) – R$ 8,57
- GASMIG (MG) – R$ 7,88
- SCGÁS (SC) – R$ 7,53
Mais baixas:
- CIGÁS (AM) – R$ 3,44
- Copergas (PE) – R$ 3,59
- CEGÁS (CE) – R$ 4,47
- Sergas (SE) – R$ 4,90
- Potigás (RN) – R$ 5,38
Gás Natural Veicular
Mais altas:
- CEGAS (CE) – R$ 4,10
- ESGas (ES) – R$ 3,97
- Potigas (RN) – R$ 3,86
- Gasmig (MG) – R$ 3,80
- Compagas (PR) – R$ 3,78
Mais baixas:
- Bahiagas (BA) – R$ 2,86
- Cigas (AM) – R$ 2,95
- Comgas (SP) – R$ 3,21
- MSGas (MS) – R$ 3,26
- Copergas (PE) – R$ 3,26
Esses dados refletem uma ampla discrepância nas tarifas de gás natural em todo o país, evidenciando desafios significativos para a harmonização e equidade nos preços do serviço.
A calculadora disponibilizada pela Firjan surge como uma ferramenta crucial para uma compreensão mais clara dessas disparidades e pode contribuir para a formulação de políticas que promovam uma maior competitividade e eficiência no setor do gás natural.