O que será do IPP no novo governo Paes?
Prefeito Eduardo Paes (PSD) sofre pressão para ignorar quadros técnicos e fazer indicações políticas no órgão. O Instituto Pereira Passos (IPP) é o principal espaço de pesquisas para a orientação de políticas públicas da prefeitura do Rio de Janeiro.
Um tema que tem preocupado especialistas em políticas públicas na cidade do Rio de Janeiro nas últimas semanas é o futuro do Instituto Pereira Passos (IPP).
Principal órgão responsável pelas informações do município, o órgão tem sido alvo da cobiça de partidos políticos que apoiaram Eduardo Paes (PSD) na última eleição.
O IPP foi criado pela Lei Nº 2.689/1998. Desde então, o IPP virou referência nacional e internacional em gestão de dados e em desenvolvimento de informações, estatísticas, mapeamento, estudos e pesquisas que servem de suporte para o monitoramento e a criação das políticas públicas de assistência à população.
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Sua missão é coletar, gerir e disponibilizar dados e informações sobre a cidade, apoiando políticas públicas e intervenções urbanas com evidências qualificadas. Indicadores, desenho de políticas públicas, junto de seus processos de monitoramento e avaliação, são a rotina do IPP.
A atual gestão é presidida por Manoel Vieira Gomes Júnior. Ele é Conselheiro Estadual de Tombamento do Rio de Janeiro, ex-Superintendente do IPHAN-RJ, ex-Secretário de Cultura e Turismo de Cabo Frio, ex-Secretário de Cultura de Saquarema, ex-Diretor Geral do INEPAC e ex-Gerente Geral do Maricá das Artes.
Direito à cidade
Especialistas acreditam que o IPP poderia ser o principal órgão para a formulação de políticas voltadas para o chamado direito à cidade. Para isso, seria necessário o seu “insulamento burocrático”.
“Insulamento burocrático” é um conceito da ciência política para definir órgãos que são isolados da disputa política patrimonialista de curto prazo em favor de uma visão mais geral de política pública de longo prazo.