MPF investiga compras superfaturadas de blindados da PRF no governo Bolsonaro
O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF) está conduzindo uma investigação sobre a Polícia Rodoviária Federal (PRF) por supostas irregularidades em contratos de compra de veículos blindados, totalizando R$ 94 milhões, celebrados entre 2019 e 2022 com a Combat Armor Defense do Brasil Ltda.
A investigação apura acusações de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha associadas à aquisição dos chamados “caveirões”.
O inquérito, iniciado em agosto de 2023, também está sob escrutínio do Tribunal de Contas da União (TCU) e foi mencionado na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos de 8 de Janeiro.
Segundo o MPF, as investigações apontam para um esquema de atividades ilícitas, incluindo fraude em licitações e práticas de corrupção, comprometendo a transparência e o uso de recursos públicos.
A Combat Armor, com sede nos Estados Unidos e vinculada ao apoiador de Donald Trump, Daniel Beck, foi citada no relatório da CPMI por possíveis conexões com fraudes e atividades criminosas.
Além disso, Maurício Junot, administrador da empresa, foi indicado por supostos vínculos com crimes no exterior e favorecimento em contratos com a PRF, sob a gestão do ex-diretor-geral Silvinei Vasques.
Vasques, detido em agosto de 2023 pela Polícia Federal, é investigado por possível interferência nas eleições presidenciais de 2022 e por beneficiar a Combat Armor em contratos de fornecimento de veículos blindados. A PRF e a Combat Armor, procuradas para comentários, não responderam até o momento.
Este caso destaca as preocupações com a integridade dos processos de licitação e contratação no setor público, especialmente em áreas críticas como segurança e defesa. O MPF planeja divulgar mais detalhes sobre as descobertas e etapas subsequentes da investigação em uma coletiva de imprensa.
Com informações da Agência Brasil