Miliciano jerominho homenageia novo Secretário de segurança do Rio
O recém-nomeado secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Victor César Carvalho dos Santos, foi homenageado pelo falecido fundador da maior milícia do Rio, Jerônimo Guimarães Filho, conhecido como Jerominho. Em 17 de março de 2004, Jerominho, então vereador, solicitou a concessão da Medalha Pedro Ernesto, a maior honraria da Câmara de Vereadores do Rio, a Santos. Nove dias depois, a homenagem foi aprovada em plenário.
Jerominho, apontado pela polícia como fundador da Liga da Justiça, uma milícia na Zona Oeste do Rio, foi executado a tiros em agosto de 2022. O governo do Rio afirmou que, embora a condecoração tenha sido publicada, Santos não a recebeu.
De acordo com o governo, o secretário ressalta que, em 2008, foi responsável pela prisão de Carminha Jerominho, filha do homenageador, durante a operação Voto Livre, que visava crimes eleitorais no Rio.
Ao justificar a homenagem, Jerominho, em 2004, destacou a dedicação e competência de Santos como delegado da Polícia Federal, mencionando a desarticulação de quadrilhas de traficantes. Santos recebeu a medalha “pela dedicação e competência nas funções exercidas”, conforme o então vereador.
Jerominho foi vereador do Rio de Janeiro pelo MDB entre 2000 e 2008, sendo preso em 2007 acusado de liderar a Liga da Justiça. Em 2018, foi solto após cumprir 11 anos de pena em penitenciárias federais.
Em agosto de 2022, Jerominho foi morto a tiros, e em setembro passado, o Ministério Público do Rio denunciou Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, atual chefe da milícia fundada por Jerominho, e mais cinco comparsas pelo homicídio. A Promotoria alega que o crime foi motivado pela descoberta de um plano para que Jerominho e seu irmão retomassem a liderança da organização criminosa.
A milícia, inicialmente criada por policiais em Campo Grande, ficou conhecida como Liga da Justiça. Desde a morte de Ecko, então chefe do grupo, em 2021, diferentes postulantes disputam a sucessão na milícia.