Mauro Vieira representa Brasil na Cúpula do BRICS em Kazan após ausência de Lula

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, chegou a Kazan, na Rússia, nesta terça-feira (21) para chefiar a delegação brasileira na Cúpula de Chefes de Estado do BRICS.

Vieira assume a missão de representar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cancelou sua participação na reunião após sofrer um acidente doméstico e receber recomendações médicas para evitar viagens longas.

Em entrevista à agência Sputnik, Vieira minimizou a diferença de impacto entre sua participação e a presença de Lula. “A participação do Brasil é sempre igual”, afirmou, reforçando o compromisso do país com os debates e decisões do grupo.

Quando questionado sobre a possível expansão do BRICS, o chanceler destacou que “isso será debatido pelos chefes de Estado”, mantendo a posição de que o tema está em discussão entre os líderes do bloco.

As reuniões preparatórias da cúpula, que já ocorrem há cinco dias em Kazan, têm como foco a criação de uma categoria de membros parceiros dentro do BRICS e as condições para sua adesão.

Embora a criação dessa nova categoria esteja bem encaminhada, a inclusão de novos países como membros plenos segue em debate.

O Itamaraty ressaltou que o Brasil defende critérios específicos para a entrada de novos membros, estabelecidos durante a expansão do BRICS em 2024, na Cúpula de Joanesburgo.

Entre os critérios defendidos pelo Brasil está o apoio à reforma do Conselho de Segurança da ONU, uma pauta que o país considera essencial para a expansão do BRICS.

Além disso, o Brasil tem se posicionado a favor de um maior equilíbrio geográfico dentro do bloco, já que atualmente é o único membro pleno da América Latina.

Vieira mencionou a possibilidade de países como Cuba ou Bolívia se juntarem ao grupo, o que ajudaria a corrigir essa disparidade.

Quanto à candidatura da Venezuela, o chanceler observou que todos os países que manifestaram interesse têm a chance de serem considerados para adesão ao BRICS.

Sobre a possibilidade de discussões a respeito do conflito na Ucrânia, Vieira reforçou que “o tema aqui é a cooperação dos BRICS”, afastando especulações de que a cúpula poderia ser palco de debates sobre o conflito. O foco, segundo o ministro, permanece nas relações de cooperação entre os países membros do bloco.

Mauro Vieira seguirá a agenda oficial da Cúpula de Chefes de Estado nos dias 22 e 23 de outubro. No dia 24, ele participará de reuniões no formato BRICS+ com países convidados, como Turquia, Azerbaijão, Armênia e Bolívia.

A cobertura dos eventos em Kazan está sendo feita pela Sputnik Brasil, que acompanha de perto as discussões e o desdobramento das negociações.

A ausência de Lula na cúpula foi uma mudança significativa, já que a participação do presidente brasileiro era esperada para tratar de temas relevantes para a agenda internacional do país.

No entanto, com Vieira à frente da delegação brasileira, o governo busca garantir a continuidade das discussões estratégicas no bloco, que têm impacto direto nas relações políticas e econômicas internacionais do Brasil.

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