Lula defende medidas de contenção de gastos e projeta crescimento econômico acima das expectativas

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em pronunciamento nesta quarta-feira no Palácio do Planalto, defendeu as recentes medidas adotadas pelo governo para revisão e restrição de acesso a benefícios sociais, alegando que tais ações são realizadas com cautela e não possuem caráter punitivo.

Essas declarações surgem após críticas sobre o endurecimento das regras para concessão de benefícios, como parte de um amplo pacote de contenção de gastos anunciado na última semana.

“Estamos conduzindo essa revisão com a maior delicadeza possível. Não queremos punir indevidamente ninguém, mas sim realizar um levantamento preciso”, afirmou Lula, enfatizando a intenção do governo de manejar as finanças públicas sem prejudicar indevidamente os beneficiários.

Dentre as medidas, o governo propôs tornar mais rígidos os critérios para o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), que atende aposentados e pessoas com deficiência de baixa renda. A iniciativa ocorre em um contexto onde os repasses do BPC têm visto um aumento significativo recentemente.

A política de ajuste fiscal vem em um momento de reações mistas do mercado, especialmente após o anúncio da expansão da faixa de isenção do Imposto de Renda para rendimentos mensais de até 5 mil reais. A resposta inicial dos mercados financeiros foi negativa, impactando o câmbio e os índices da bolsa de valores.

Apesar das turbulências no mercado financeiro, o presidente Lula apresentou uma visão otimista do desempenho econômico do país, corrigindo as projeções anteriores de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). “O PIB de 2023 foi de 3,2%, não 2,9%, e para 2024, esperamos um crescimento de 3,5%, superando a previsão de mercado de 1,5%”, destacou.

O IBGE reportou que o crescimento do PIB brasileiro desacelerou no terceiro trimestre de 2024 em relação ao trimestre anterior, porém, a economia ainda demonstrou vigor com uma expansão de 0,9%.

Após esses dados, que superaram as expectativas, o Ministério da Fazenda indicou que poderá revisar para cima sua projeção para o crescimento do PIB deste ano, atualmente em 3,3%.

Essas medidas e projeções são parte dos esforços contínuos do governo Lula para estabilizar a economia brasileira e fomentar o crescimento, apesar das resistências e desafios impostos tanto internamente quanto no cenário econômico global.

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