Lula apoia suspensão do X no Brasil e critica Elon Musk por interferências políticas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou apoio à decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a suspensão do funcionamento da rede social X (antigo Twitter) no Brasil.
A medida foi tomada na última sexta-feira (30) devido ao descumprimento de decisões judiciais pela plataforma, incluindo a falta de nomeação de um representante legal no país. A execução da decisão começou no sábado (31), com a atuação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Nesta segunda-feira (2), a Primeira Turma do STF ratificou a suspensão, com votação unânime dos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux, além do próprio Moraes.
Em entrevista à CNN Brasil, Lula elogiou a ação da Justiça e afirmou que a decisão brasileira pode ser um exemplo para outros países que enfrentam desafios com a disseminação de desinformação pelas redes sociais.
“A Justiça brasileira pode ter dado um importante sinal de que o mundo não é obrigado a aguentar o vale tudo de extrema-direita do Elon Musk só porque ele é rico”, declarou o presidente.
Lula também criticou o que chamou de “interferência e militância política” de Musk em diferentes países e destacou que o impacto da suspensão do X foi minimizado, pois muitos usuários estão migrando para outras plataformas que oferecem serviços semelhantes.
O presidente já havia criticado Musk anteriormente. Em abril, durante tensões entre o empresário e o ministro Alexandre de Moraes, Lula ironizou Musk, mencionando suas tentativas de exploração espacial e criticando a falta de engajamento com questões ambientais.
“Ele vai ter de aprender a viver aqui, a utilizar o muito do dinheiro que ele tem para ajudar a preservar isso aqui, a melhorar a vida das pessoas”, disse Lula, sem mencionar diretamente o nome de Musk.
Em outra ocasião, o presidente voltou a falar sobre o bilionário, destacando os riscos do crescimento da extrema direita e da xenofobia, criticando a postura de empresários que interferem em questões políticas e judiciais de países estrangeiros.