Haddad cancela viagem à Europa para focar em crise fiscal e cambial

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, cancelou sua programada viagem à Europa que iniciaria nesta segunda-feira (4), a fim de concentrar esforços na resolução de questões fiscais e cambiais urgentes no Brasil.

A decisão, motivada por um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ocorre em um momento de volatilidade do dólar e discussões sobre a necessidade de cortes nos gastos públicos.

A assessoria do Ministério da Fazenda informou que, ao invés de proceder com os compromissos internacionais que incluiriam reuniões com investidores nas cidades de Paris, Londres, Berlim e Bruxelas, Haddad permanecerá no país para se dedicar à formulação de estratégias destinadas a equilibrar as contas públicas e estabilizar a taxa de câmbio.

“A viagem à Europa, prevista para segunda-feira (4), não será realizada neste momento. A agenda em questão será retomada oportunamente”, comunicou o ministério.

Esta mudança de planos ocorre após duas semanas intensas de debates internos no governo sobre um pacote de corte de gastos. Essas medidas são vistas como cruciais para reforçar a credibilidade fiscal do Brasil e alinhar as expectativas do mercado.

A incerteza quanto à implementação dessas medidas contribuiu para uma recente desvalorização do real. Na última sexta-feira, a moeda norte-americana fechou a R$ 5,8698, marcando uma alta de 1,53% no dia, o que ampliou a preocupação com o impacto no custo de vida e na estabilidade econômica do país.

Além das preocupações com o câmbio, os juros futuros para 2027 ultrapassaram 13% ao ano, refletindo a ansiedade do mercado financeiro com o ambiente fiscal do país e a gestão da crescente dívida pública.

Fontes ligadas ao governo indicam que, embora fosse esperado o anúncio das medidas de austeridade logo após o segundo turno das eleições municipais, ainda não há uma data definida para essa divulgação.

A pressão por decisões rápidas e eficazes vem crescendo, destacando a importância da permanência de Haddad no Brasil durante este período crítico.

A escolha por focar nas questões domésticas sinaliza um movimento estratégico do governo para priorizar a estabilidade fiscal e responder às exigências do cenário econômico global, que continua desafiador.

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