Haddad apresenta balanço econômico e defende revisão permanente de gastos
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniu-se com jornalistas em Brasília nesta sexta-feira (20) para um café da manhã onde discutiu as realizações econômicas do governo em 2024 e as perspectivas para o futuro das finanças públicas do Brasil.
Durante o encontro, Haddad enfatizou a importância de uma gestão fiscal responsável e a necessidade de revisões contínuas nos gastos do governo para alinhar as despesas com as receitas e demandas sociais.
Haddad destacou que o governo federal tem adotado uma abordagem rigorosa em relação ao orçamento, visando não apenas manter o equilíbrio fiscal, mas também promover a sustentabilidade financeira do país.
“Eu acredito que o Executivo, em qualquer esfera de governo, tem que ter como prática a revisão de gastos. Isso tem que ser uma rotina. Não deveria ser algo extraordinário ou surpreendente”, afirmou o ministro.
O ministro avaliou positivamente o arcabouço fiscal atual, que foi ajustado para fortalecer os parâmetros financeiros sem alterações significativas.
Segundo ele, o maior mérito do modelo em vigor é a sua capacidade de integrar análises de despesas e receitas, contrastando com o antigo regime do teto de gastos. “O planejamento da Fazenda no ano passado foi impecável, do ponto de vista do arcabouço fiscal”, comentou Haddad.
Durante a conversa, Haddad também refletiu sobre as legislações recentemente aprovadas, ressaltando a produtividade legislativa da Fazenda e as parcerias efetivas com o Congresso Nacional.
Ele citou exemplos como o Plano de Transformação Ecológica, a regulamentação de créditos de carbono e a Reforma Tributária do consumo, que progrediu significativamente devido ao respeito mútuo entre os stakeholders.
Olhando para o futuro, o Ministro da Fazenda indicou que 2025 será um ano decisivo para a implementação operacional da Reforma Tributária do consumo e para o início dos trabalhos na Reforma Tributária da renda.
Haddad enfatizou que esta última buscará corrigir distorções no sistema tributário atual sem impor encargos injustos aos contribuintes.
“Firmamos um compromisso (com o Congresso Nacional) de que a reforma da renda só seria feita na condição de um acordo sobre a neutralidade. O objetivo não é arrecadar nem renunciar receita”, explicou.
Além das questões fiscais e tributárias, Haddad abordou o cenário econômico internacional, mencionando as altas taxas de juros nos Estados Unidos e os desafios geopolíticos que impactam o Brasil.
Ele reafirmou a autonomia do Banco Central e defendeu o novo regime de meta contínua de inflação como uma estratégia que promete melhores resultados do que as práticas anteriores.
O encontro serviu não apenas para esclarecer as ações e planos do governo, mas também para reiterar o compromisso da gestão atual com a transparência e a responsabilidade fiscal diante dos desafios econômicos internos e externos.