G20 debate proposta brasileira de taxação global dos super-ricos
Alemanha, Espanha e África do Sul anunciaram, nesta quinta-feira, 25, seu apoio à proposta do Brasil, atual presidente do G20, de implementar uma taxação mundial dos mais ricos. A medida, que já conta com o apoio da França, é vista como crucial para combater as desigualdades econômicas globais. A informação é da agência RFI.
Os ministros de finanças dos três países, junto aos do Brasil, destacaram em uma carta conjunta a importância dessa iniciativa.
Publicada em veículos como Der Spiegel e El Pais, a carta argumenta que a disparidade de renda tem crescido substancialmente, com os 10% mais ricos distanciando-se cada vez mais dos 50% mais pobres.
A carta detalha como a desigualdade prejudica o desenvolvimento econômico e ameaça a democracia. Os signatários, incluindo Maria Jesus Montero da Espanha, Svenja Schulze da Alemanha e Enoch Godongwana da África do Sul, criticam as falhas do sistema tributário internacional que permitem aos mais ricos evadir impostos efetivamente.
A implementação de uma taxa mínima global coordenada sobre multimilionários é proposta como solução para essas deficiências, permitindo aos governos investir mais em saúde, educação e meio ambiente. Os ministros enfatizam a necessidade de uma cooperação tributária internacional que seja inclusiva, justa e eficaz.
O ministro francês da Economia e Finanças, Bruno Le Maire, reiterou na última semana o apoio da França à iniciativa, durante reuniões do FMI e do Banco Mundial nos Estados Unidos.
Segundo estimativas de Gabriel Zucman, economista francês cujos trabalhos inspiraram a proposta brasileira, a taxação dos 3.000 bilionários do mundo poderia gerar mais de U$ 250 bilhões em receitas adicionais anualmente.
A presidência brasileira do G20, liderada por Lula, tem pressionado por um acordo global para combater a evasão fiscal e aumentar a tributação dos mais ricos, visando também financiar a transição ecológica e manter níveis de dívida controláveis.