Fundações partidárias ampliam presença no YouTube e disputam espaço na formação política digital
Fundação Maurício Grabois, do PCdoB, é a que possui maior influência nas redes sociais
As fundações partidárias brasileiras, historicamente voltadas à formação política e ideológica dos filiados e simpatizantes, têm investido cada vez mais em comunicação digital para ampliar seu alcance. Embora amparadas por uma sólida estrutura — garantida por lei — nem todas conseguiram se destacar no ambiente virtual. No YouTube, algumas fundações se destacam com milhares de inscritos, enquanto outras ainda são praticamente invisíveis ao grande público.
Criadas para promover debates, pesquisas e atividades de educação política, as fundações são financiadas com recursos públicos. A Lei nº 9.096/1995, conhecida como Lei dos Partidos Políticos, determina que 20% do Fundo Partidário devem ser obrigatoriamente destinados a essas instituições. No entanto, a visibilidade e o impacto das fundações variam bastante, especialmente nas redes sociais.
A liderança no YouTube está com a Fundação Maurício Grabois, ligada ao PCdoB, que soma 174 mil inscritos. O canal da fundação publica entrevistas, aulas e análises políticas com forte engajamento. Logo atrás aparecem a Fundação Perseu Abramo, do PT, com 64 mil inscritos, e a Fundação Juntos Podemos, do Podemos, com 54 mil. A lista das mais populares segue com a Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini, do PDT (25 mil), e a Fundação Lauro Campos e Marielle Franco, do PSOL (4.300).
Estratégia com influenciadores
O sucesso da Fundação Maurício Grabois não veio por acaso. A instituição apostou em uma estratégia digital centrada em personalidades políticas com forte presença nas redes. Entre os nomes mais recorrentes nos vídeos estão o professor Elias Jabbour, a vereadora e poeta Cida Pedrosa, e a deputada estadual do Rio de Janeiro Dani Balbi, primeira parlamentar trans da Assembleia Legislativa fluminense.
Com essa abordagem, a fundação consolidou o maior canal de uma instituição partidária no YouTube, tornando-se referência em comunicação política de esquerda no Brasil.
Desigualdades na comunicação digital
A pesquisa sobre a presença das fundações no YouTube revela uma assimetria significativa. Enquanto algumas conseguem usar os recursos públicos para formar quadros e dialogar com a sociedade por meio da internet, outras permanecem fora desse universo. A maioria das fundações conservadoras, por exemplo, apresenta baixo número de seguidores ou sequer possui canal ativo na plataforma.
Essa discrepância coloca em debate não apenas a eficácia na gestão dos recursos públicos, mas também o papel da comunicação política em tempos de redes sociais e disputas narrativas.
📊 Ranking de fundações partidárias por inscritos no YouTube
| 🏅 Posição | Fundação | Partido | Inscritos |
|---|---|---|---|
| 1º | Fundação Maurício Grabois | PCdoB | 174 mil |
| 2º | Fundação Perseu Abramo | PT | 64 mil |
| 3º | Fundação Juntos Podemos | Podemos | 54 mil |
| 4º | Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini | PDT | 25 mil |
| 5º | Fundação Lauro Campos e Marielle Franco | PSOL | 4.300 |
| 6º | Fundação Republicana Brasileira | PRB | 3.200 |
| 7º | Fundação Ulysses Guimarães | MDB | 2.900 |
| 8º | Fundação Dinarco Reis | PCB | 2.400 |
| 9º | Instituto Teotônio Vilela | PSDB | 2.300 |
| 10º | Fundação Rede Brasil Sustentável | Rede | 1.900 |
| 11º | Fundação João Mangabeira | PSB | 1.700 |
| 12º | Fundação Verde Herbert Daniel | PV | 1.600 |
| 13º | Espaço Democrático | PSD | 535 |
| 14º | Fundação 1º de Maio | Solidariedade | 352 |
| 15º | Instituto Libertas | Novo | 283 |
