Ex-comandantes jogam Bolsonaro no colo de Xandão
Altos oficiais militares do Brasil, incluindo o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e o ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Baptista Júnior, forneceram depoimentos que implicam diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro em uma suposta conspiração para obstruir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo relatos na coluna de Bela Megale no jornal O Globo, esses depoimentos preenchem “lacunas importantes do caso” nas investigações em andamento.
Durante a investigação da Polícia Federal sobre o suposto planejamento de um golpe de Estado, Freire Gomes e Baptista Júnior detalharam sua participação em uma reunião que discutiu um decreto com intenções golpistas, revelada inicialmente pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, em sua delação premiada.
O general Freire Gomes, testemunhando por aproximadamente 7 horas, confirmou a discussão sobre a “minuta do golpe”, que incluía a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e buscava impedir a posse de Lula.
A cooperação de Freire Gomes nas investigações garantiu sua posição como testemunha, similarmente ao brigadeiro Baptista Júnior, que também compartilhou informações relevantes sobre a trama.
Entretanto, o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, optou por permanecer em silêncio durante seu depoimento. De acordo com a delação de Mauro Cid, Garnier seria o único entre os comandantes militares a ter supostamente concordado com o plano golpista.