Eduardo Paes quer passar Terreirão do Samba para gestão privada
Privatização do equipamento público causa apreensão no mundo do samba
O Terreirão do Samba não terá mais gestão pública. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (18) pela Prefeitura do Rio, que publicou um edital de licitação para concessão do espaço cultural, que fica ao lado do Sambódromo, no Centro da capital fluminense.
A licitação foi marcada para o dia 21 de setembro e a empresa vencedora vai administrar o local por 25 anos.
O investimento privado é estimado em R$ 10 milhões para a readequação e manutenção do espaço. Além disso, a empresa vencedora pagará pelo menos R$ 275 mil para permanecer no local.
Espera-se que a empresa vencedora garanta a reformulação do palco, a adequação do espaço às normas de segurança, a requalificação urbana do entorno e a previsão do uso de estruturas móveis para oferecimento de serviços como alimentação. O edital prevê ainda uma agenda anual de eventos que privilegie o samba. Além disso, na época da folia, a programação deverá ser exclusivamente vinculada ao Carnaval. A concessionária deverá se comprometer também em oferecer ingressos a preços acessíveis.
Críticas ao modelo de privatização do governo Paes
A licitação, no entanto, tem causado apreensão no mundo do samba. “Infelizmente, o edital não garante que o local seja utilizado apenas para o samba. Pode haver um desvio de função”, avaliou um compositor.
A gestão do prefeito Eduardo Paes (PSD) na prefeitura do Rio tem sido marcada pela entrega dos equipamentos públicos para o setor privado. A última polêmica se deu em torno da concessão de uso do parque do Jardim de Alah para a iniciativa privada. Também gerou muito barulho a concessão dos serviços de patrimônio, segurança, alimentação e estacionamento do Hospital Municipal Souza Aguiar, a maior emergência da América Latina.
O Terreirão do Samba é um equipamento cultural que tem como objetivo preservar o samba carioca, patrimônio cultural do Brasil desde 2007. Seu legado teve origem com Tia Ciata, uma das principais influências por trás da manifestação carnavalesca. O espaço é chamado carinhosamente pelos cariocas de “berço do samba”.