Deputados pedem ajuda do governo federal contra racismo ambiental no Rio
A audiência pública contou com a presença de diversas organizações da sociedade civil e do secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do Ministério de Ciência e Tecnologia, Inácio Arruda
Ausência de plano de saneamento, mobilidade e adaptação às mudanças climáticas. Este é o cenário no qual vive a população carioca e fluminense, segundo estudo da Casa Fluminense – polo de uma rede de organizações para a construção coletiva de políticas e ações públicas para a Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O assunto foi o tema de encontro da Frente Parlamentar por Justiça Climática da Assembleia Legislativa, na última sexta-feira (10), com os deputados Dani Balbi (PC do B) e Flávio Serafini (PSOL).
A audiência pública contou com a presença de diversas organizações da sociedade civil e do secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do Ministério de Ciência e Tecnologia, Inácio Arruda.
Racismo ambiental: “impactos recaem de forma desigual em certos segmentos populacionais”, diz deputada.
Ao abrir a audiência, Dani Balbi frisou a importância de se pensar na justiça climática, com foco sobretudo na população mais vulnerável, que é a mais afetada com as alterações climáticas. “Vivemos um avanço considerável em relação à temperatura terrestre, muito em função da má preservação dos recursos naturais e da ação direta do homem de forma irresponsável. Mas esses impactos recaem de forma desigual em certos segmentos populacionais. As regiões com mais desigualdade social sofrem mais com tal impacto, como deslizamentos de encostas, perdas de habitação por falta de atuação do poder público, ausência de saneamento nas comunidades, entre outros. Esse descaso tira a vida e o sustento dos mais vulneráveis. Isso precisa acabar”, destacou a parlamentar.
Cidades tem 0% de coleta e tratamento, como Magé, Rio Bonito, Belford Roxo e Nilópolis
Larissa Amorim, da Casa Fluminense, contextualizou a situação das 22 cidades fluminenses. “Recentemente lançamos um guia de justiça ambiental e um painel para monitorar o planejamento dos 22 municípios para enfrentar a crise climática. E o cenário é desolador. Só a capital possui um plano de mitigação e contingência. Alguns tem 0% de coleta e tratamento, como Magé, Rio Bonito, Belford Roxo e Nilópolis”, explicou.
Criação da secretaria de emergência climática para o Estado do Rio de Janeiro
Juliana Coutinho, da Visão Coop, de Queimados, na Baixada Fluminense propôs a criação da secretaria de emergência climática para o Estado do Rio de Janeiro. “O que a gente está trazendo hoje é que a periferia também está pautando a justiça climática, está lendo, se informando e trabalhando para reduzir esses danos. Mas precisamos urgentemente de uma secretaria específica para debater e trabalhar a justiça climática”, pontuou.