Declaração de Tarcísio sobre PCC e Boulos gera investigação por abuso de poder

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), declarou no último domingo (27), sem apresentar provas, que a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) estaria orientando votos em favor de Guilherme Boulos.

A declaração foi feita enquanto a votação ainda estava em andamento, o que levou especialistas em direito eleitoral, conforme relatado pela Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (28), a considerarem a acusação como potencial abuso de poder político, passível de tornar o governador inelegível.

Além disso, a declaração de Tarcísio pode afetar a diplomação de Ricardo Nunes (MDB) como prefeito reeleito, caso seja considerada uma tentativa de influenciar o processo eleitoral.

A afirmação do governador foi acompanhada de declarações sobre supostas ações de inteligência que teriam sido compartilhadas com o Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

Em nota, o TRE negou ter recebido qualquer informação oficial e afirmou que tomou conhecimento das declarações por meio da imprensa.

Paralelamente, Boulos acionou a Justiça Eleitoral com uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) na 1ª Zona Eleitoral. A ação aponta abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação, e pode resultar na inelegibilidade de Tarcísio, Nunes e Mello Araújo por oito anos, além da cassação do diploma da chapa do prefeito.

O caso levanta debates sobre o uso de acusações públicas como estratégia em campanhas e os limites do discurso político, especialmente quando se referem a investigações criminais. A Justiça Eleitoral deverá avaliar as provas e a procedência das acusações, considerando os potenciais impactos das declarações no processo democrático e na diplomação dos eleitos.