Comissão de Trabalho da Alerj recebe presidente do Sindicato da Amazon, Christian Smalls

Na reunião, o presidente do Sindicato da Amazon, Christian Smalls, falou sobre a semelhança dos problemas enfrentados pela categoria no Brasil e Estados Unidos.

A Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), realizou audiência pública nesta terça-feira (05/11) para ouvir reivindicações de sindicatos, funcionários da Amazon e de outros tipos de serviços de aplicativos quanto à realidade enfrentada no dia a dia. Foram listados por eles problemas como baixa remuneração, degradação das condições de trabalho e jornada extenuante.

Para a deputada Dani Balbi (PCdoB), que preside o colegiado, esse modelo de trabalho cresceu com efeitos negativos sobre a classe que, juntamente com grandes companhias, são responsáveis pela concretização do aumento de carga horária de trabalho e a falta de proteção social das próprias legislações nacionais que asseguram os direitos desses trabalhadores.

“Essas modalidades, que não são cobertas pela legislação trabalhista, avançaram no sentido da uberização. Esse fenômeno guarda muitas semelhanças que vemos nos Estados Unidos e outras partes do mundo, onde a luta dos trabalhadores é atingida seguindo o mesmo protocolo: ataque direto e sistemático à força dos sindicatos e desarticulação do seu papel, além do diálogo produtivo com o grupo”, disse Balbi.

Também presente na reunião, Márcio Ayer, presidente do Sindicato dos Comerciários do Rio de Janeiro, frisou que essa é uma mobilização em nível nacional e internacional significativa para a classe. “Nós sabemos da situação que esses trabalhadores são submetidos dentro dos grandes centros de distribuição. A realidade da precarização é evidente não só aqui no Brasil, por isso esse diálogo é importante”, destacou.

A luta e a resistência da classe foram pontuadas por Christian Smalls, fundador e presidente do primeiro sindicato da Amazon na história dos Estados Unidos. “Para conseguir formar o sindicato, você precisa pegar todas as assinaturas e apresentar ao governo, mas a Amazon demitiu 1.000 pessoas que tinham assinado o requerimento. Apesar de a empresa ter feito de tudo para impedir o crescimento do grupo, desde abril de 2022, ainda temos 50% de apoio dentro da categoria”, disse o ativista, observando, ainda, que há semelhanças entre problemas enfrentados pelos trabalhadores da Amazon no Brasil e Estados Unidos.

Também estiveram presentes na audiência Paulo Sérgio Farias, presidente da Central das trabalhadoras e dos Trabalhadores do Brasil – CTB/RJ; Roberto André, diretor do Sindicato dos Bancários; e Ana Paula, vice-presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio.

Fotos de Julia Passos

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