Caso Marielle e Anderson continua sem respostas após seis anos

O caso dos homicídios da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, marca seu sexto aniversário nesta quinta-feira, 14, permanecendo sem solução definitiva. Atualmente, quatro suspeitos encontram-se sob custódia:

  • Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha, foi identificado como o responsável por desmontar o veículo Cobalt prata utilizado no crime ocorrido em 14 de março de 2018.
  • Ronnie Lessa, detido em março de 2019, foi nomeado por Élcio de Queiroz em uma delação como o atirador.
  • Élcio de Queiroz, ex-sargento da Polícia Militar, desligado da corporação em 2015, confessou em delação premiada, após quatro anos detido, que conduzia o carro na perseguição ao veículo onde estavam Marielle e Anderson.
  • Suel, ex-sargento do Corpo de Bombeiros, está acusado de fornecer um automóvel para o grupo, ocultar as armas pós-crime e auxiliar na eliminação das mesmas. Há registros de tentativas anteriores de atentado contra a vereadora em 2017.

A Força-tarefa Marielle Franco e Anderson Gomes, instaurada pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), submeteu as alegações finais no processo contra o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, também conhecido como Suel, solicitando seu julgamento pelo Tribunal do Júri.

As acusações incluem homicídio duplamente qualificado de Marielle e Anderson, além de tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, assessora que acompanhava a vereadora no dia do incidente.

Os promotores também requerem a avaliação de Suel por receptação do veículo usado no assassinato e a manutenção de sua detenção preventiva em presídio de segurança máxima.

A Operação Élpis, conduzida pela Polícia Federal e o MPRJ, resultou na prisão de Suel em 24 de julho, marcando a primeira ação desde que a Polícia Federal assumiu as investigações no início de 2023.

Recentemente, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e ex-deputado estadual pelo MDB, foi apontado como possível mandante do crime, segundo declarações de Ronnie Lessa. Brazão, figura de destaque político na zona oeste do Rio, nega as acusações, que incluem improbidade administrativa e vínculos com milícias.

A conclusão do caso é esperada para abril, alimentando expectativas de justiça para um dos casos mais emblemáticos de violência política no Brasil.

Marielle Franco, nascida em 27 de julho de 1979, foi uma destacada ativista dos direitos humanos, defensora dos direitos das mulheres, negros e LGBTQ+. Cresceu na favela da Maré, no Rio de Janeiro, e elegeu-se vereadora em 2016 pelo PSOL, comprometendo-se com a luta contra a brutalidade policial e a corrupção.

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