Brasil fecha 2024 com déficit primário de 0,1% do PIB, abaixo das previsões anteriores

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou nesta terça-feira (7) que o déficit primário do Brasil para o ano de 2024 foi de apenas 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB), valor significativamente abaixo do previsto anteriormente, que era de R$ 28,7 bilhões.

“Estamos entregando um resultado mais perto do 0 do que do limite inferior da banda”, declarou Haddad.

Durante uma entrevista à GloboNews, citada pelo jornal O Globo, o ministro também abordou a necessidade de melhorar a comunicação governamental.

“Temos que nos comunicar melhor, e eu venho dizendo isso há muito tempo. O governo tem que ser muito coerente e muito resoluto na sua comunicação, não podemos deixar brecha para os resultados que queremos atingir”, enfatizou.

Haddad criticou a reação exagerada do mercado financeiro às perspectivas econômicas do país e admitiu falhas na comunicação do governo. “Precisamos nos comunicar melhor, o mercado está muito sensível, no mundo inteiro, não é uma situação normal que o mundo está vivendo”, ressaltou.

O ministro destacou ainda as adversidades no cenário externo, incluindo a expectativa frustrada de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos, o que tem impactado as projeções econômicas globais. “Estamos em um quadro externo mais desafiador”, explicou.

Focando em questões domésticas urgentes, Haddad cancelou suas férias programadas para dedicar-se à votação do orçamento de 2025 e à implementação de medidas fiscais já aprovadas pelo Congresso para redução de gastos.

Entre as pautas em destaque está a reforma do Imposto de Renda, com isenção prevista para rendimentos até R$ 5 mil mensais e tributação para rendas acima de R$ 50 mil. A formalização dessa proposta está agendada para depois das eleições das presidências da Câmara e do Senado, em fevereiro.

Negando rumores de aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para conter a fuga de capitais, Haddad assegurou que “a trajetória de alta da moeda americana terá um processo de acomodação natural”. Além disso, revelou que se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para planejar as estratégias fiscais do próximo ano.

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