Bolsonaro contesta indiciamento em inquérito por tentativa de golpe em 2022
A Polícia Federal está prestes a indiciar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros seis altos oficiais por envolvimento na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, onde Bolsonaro foi derrotado por Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre os possíveis indiciados estão os ex-ministros Augusto Heleno e Walter Braga Netto, além do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, e os ex-ministros Anderson Torres e Paulo Sérgio Nogueira.
As investigações apontam que Bolsonaro teve participação ativa no esquema golpista, intensificado após o segundo turno das eleições.
Uma minuta de decreto para um Estado de Sítio, encontrada entre os pertences do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, reforça as evidências de seu envolvimento.
Bolsonaro nega as acusações, descrevendo o indiciamento como parte de uma “PF criativa” sob influência do ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Em entrevista ao jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, Bolsonaro defendeu-se argumentando que nunca efetuou passos concretos para declarar um Estado de Sítio, conforme necessário por lei.
Ele afirmou que qualquer ação nesse sentido deveria passar pelo Congresso e que nunca houve uma “exposição de motivos” formal para tal.
O ex-presidente também sugeriu que o possível indiciamento visa reforçar sua inelegibilidade, declarando: “Querem se garantir com uma condenação”.
Além disso, Bolsonaro se apresentou como um defensor da Constituição Brasileira, afirmando que sempre agiu dentro de suas limitações legais.
“Eu estudei toda a Constituição desde que assumi. Sempre falei nas quatro linhas, nunca fiz nada fora”, disse ele, destacando a frequência com que revisa o documento.
As investigações continuam enquanto Bolsonaro e os ex-oficiais aguardam as conclusões da Polícia Federal.
A situação é complicada ainda mais por relatos de que Bolsonaro teria pressionado ex-comandantes das Forças Armadas do Brasil para apoiar o golpe, buscando garantir sua permanência no poder.
A notícia da preparação dos indiciamentos foi divulgada inicialmente por Guilherme Amado, marcando um desenvolvimento significativo no inquérito sobre as tentativas de desestabilização do governo democraticamente eleito de Lula.