AGU recorre ao STF contra suspensão de investigações a Campos Neto

A Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão do ministro Dias Toffoli, que suspendeu três investigações da Comissão de Ética da Presidência contra o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

As investigações tratam da manutenção de uma offshore no exterior. A AGU pede que o ministro reconsidere sua decisão ou submeta o caso ao plenário.

Toffoli justificou sua decisão argumentando que a Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia analisado o caso e não encontrou indícios suficientes para abrir um inquérito criminal.

No entanto, a AGU contesta, afirmando que o parecer da PGR não descarta a possibilidade de irregularidades e que as esferas penal e administrativa são independentes, sendo possível a responsabilização por infrações disciplinares ou éticas, mesmo sem caracterização de crime.

“Há fatos que podem não se constituir infrações penais, mas serem consideradas infrações disciplinares ou, ainda, atitudes antiéticas”, afirma a AGU no recurso, ressaltando a importância da independência entre as instâncias.

As investigações haviam sido retomadas após decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que permitiu à Comissão de Ética da Presidência fiscalizar Campos Neto. No entanto, com a intervenção de Toffoli, os processos foram interrompidos.

As investigações sobre a offshore de Campos Neto vieram à tona com a divulgação dos Pandora Papers, levantando questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse no exercício de sua função pública.

Leave comment

Your email address will not be published. Required fields are marked with *.