Sâmia pede que população não baixe a guarda sobre PL do Estupro
A proposta de lei que trata do aborto após a 22ª semana, conhecida como “PL do Estupro”, pode ter sua votação adiada na Câmara dos Deputados devido a intensas reações negativas. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), autor da proposta e membro da bancada evangélica, admitiu a possibilidade de postergar a análise do projeto até após as eleições municipais, conforme reportado pelo Globo.
A decisão surge em resposta a uma onda de protestos e mobilizações tanto nas ruas quanto nas redes sociais, promovidas por movimentos feministas e outros grupos da sociedade. Segundo a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP), “A fúria do movimento feminista dará uma resposta: criança não é mãe! Vamos ampliar a mobilização nas ruas e redes sociais pelo arquivamento total e imediato desse projeto”, conforme sua publicação nas redes sociais.
A tramitação do projeto havia sido acelerada pela aprovação de um regime de urgência na semana anterior. No entanto, o governo, que inicialmente se mantinha neutro, agora se opõe ao projeto. Ministros e membros do executivo têm se manifestado contra a iniciativa. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que há um esforço para convencer a bancada evangélica a reconsiderar a proposta, em vista da forte mobilização popular.
Protestos foram realizados em diversas capitais do país, como Vitória, Palmas, São Paulo e Belo Horizonte, evidenciando o amplo descontentamento social com a proposta e as possíveis repercussões na saúde pública e nos direitos das mulheres.